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BC deve aguardar votação da nova Previdência antes de reduzir juros

Diretoria do Banco Central pretende aguardar evolução da reforma previdenciária

15/06/2019 - 08h01

De Brasília 

Roberto Campos Neto sinaliza intenção de aguardar definição de cenários antes de reduzir a Selic (Foto: Marcelo Camargo/ Agencia Brasil)

Mesmo pressionado para reduzir a taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC (Banco Central) deve manter os juros no mesmo patamar, em 6,5% ao ano. 


Analistas defendem que, desde o último encontro, em maio, os fundamentos macroeconômicos de pouca demanda e investimentos já demonstram a necessidade de cortes. nesta sexta-feira (14/6), o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de abril reforçou o cenário desfavorável, com queda de 0,47% no resultado do mês.


Apesar de considerar uma redução da Selic necessária, economistas consideram que uma queda na próxima quarta-feira (19/6) pode gerar ruídos no mercado, já que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem sinalizado que a intenção é aguardar mais a definição de cenários. 


A autoridade monetária quer esperar a evolução da reforma da Previdência na Câmara, tema essencial para impedir que a inflação suba drasticamente.


Para o economista do Banco Daycoval Rafael Cardoso, no entanto, a baixa de maio e a expectativa de deflação em junho, além do fraco desempenho da economia, já abririam uma janela para a redução dos juros. “Os fundamentos já mostraram que, desde maio, o BC poderia ter cortado a Selic”, destacou. 


O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) está em 4,66% no acumulado de 12 meses, mas os próximos resultados vão levar a taxa para níveis abaixo de 4%, de acordo com analistas. A projeção do mercado é de que o indicador terminará o ano em 3,89%.


Isso porque a falta de consumo e os níveis de atividade setoriais têm refletido no enfraquecimento da economia. No início do ano, os analistas acreditavam que o PIB cresceria 2,5% em 2019.


Atualmente, as estimativas estão em 1%, com viés de baixa. O cenário externo tem sido mais favorável, com grandes chances, inclusive, de que os Estados Unidos reduzam os juros. Uma taxa mais alta no país leva a saída de recursos de nações emergentes, como o Brasil.


Cardoso avalia que Campos Neto tem tentado mostrar uma postura mais conservadora para garantir confiança do mercado. “Se fosse um BC com o histórico do Ilan (Goldfajn, antigo presidente), talvez já tivesse agido. 


Ele ainda está fazendo a sua imagem para passar uma boa impressão para o mercado”, destacou. O economista entende, porém, que é preciso agir, já que os números da economia são desfavoráveis e a recuperação econômica está fraca.


O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, porém, acredita que na reunião de julho o BC não deve escapar de cortar a Selic.


“Somam evidências de que existe uma total falta de demanda na economia. Trabalhamos com três cortes neste ano, começando na reunião do próximo mês. As três reduções de 0,25 ponto percentual, o que levariam a Selic para 5,75% ao ano”, destacou. Segundo especialistas, a atividade está estagnada e, caso a reforma da Previdência não passe ou seja aprovada.

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