Dólar fecha a sexta-feira em alta pelo quarto dia, mas continua abaixo de R$ 4

Em dia de sobe e desce, o dólar fechou com ganhos ante o real nesta sexta-feira (12), após ter chegado a R$ 4 mais cedo, influenciado pela cautela em relação à saúde da economia global e às incertezas com o quatro fiscal no Brasil.

A moeda norte-americana subiu 0,14%, vendida a R$ 3,9895

No mês de fevereiro, o dólar acumula queda de 0,82%. No ano, a moeda dos EUA sobe 1,05%.

"Com a estabilização dos mercados de ações e do petróleo, a busca por ativos mais seguros perdeu força", escreveram analistas do banco Brown Brothers Harriman em nota a clientes.

Eles ressaltaram, porém, que a recuperação dos mercados chineses na segunda-feira (15), após feriado de uma semana, deve trazer novos elementos de incerteza.

Temores de que a fraqueza na economia chinesa e o tombo dos preços do petróleo contaminem a economia global vêm reduzindo o apetite por ativos de maior risco e pressionando moedas emergentes, como o real.

Declarações do ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazrouei, alimentaram expectativas de corte coordenado na produção de petróleo, elevando os preços da commodity nesta sessão. Esse movimento serviu de gatilho para melhora nos mercados globais, mas operadores ressaltavam que o humor continuava frágil.

Cenário fiscal

No cenário local, investidores permaneciam apreensivos com as perspectivas fiscais no Brasil, após o governo adiar para março o anúncio do corte no Orçamento de 2016. Operadores não gostaram das sinalizações de que o contingenciamento será menor do que o promovido nos últimos anos, em meio à profunda recessão econômica.

"O mercado está sedento por mais informações sobre o ajuste fiscal. Há muitas incertezas e isso favorece a volatilidade", disse à Reuters o operador da corretora B&T Marcos Trabbold. Na véspera, o dólar avançou de 1,22%, vendido a R$ 3,9837. No acumulado de fevereiro, o dólar perde 1% frente ao real. Em 2016, a moeda sobe 0,9%.

Ação do BC

Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 4,068 bilhões, ou cerca de 40% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.