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Dólar fecha o mês de julho em alta e volta a atingir o maior valor em 12 anos

A moeda norte-americana subiu 1,59%, a R$ 3,4247. Na semana, o dólar subiu 2,32% e no mês, 10,16%

31/07/2015 - 18h38

UOL

De São Paulo

Moeda note-americana fecha cotada R$ 3.4247 (Foto: Ilustração)

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (31), pressionado por preocupações com a situação fiscal e as turbulências políticas no Brasil e pelas incertezas sobre a intervenção do Banco Central no câmbio. 


O mercado repercute ainda o déficit primário de R$ 9,32 bilhões no setor público, pior da história para junho.


A moeda norte-americana voltou a atingir o maior valor desde 2003 e subiu 1,59%, a R$ 3,4247 na venda. Veja cotação.


Esta é a maior cotação de fechamento desde 20 de março de 2003, quando encerrou a R$ 3,478.

Também em março de 2003 havia sido a última vez que o dólar tinha ido acima do patamar de R$ 3,40, segundo informações da Reuters.


Na semana, o dólar subiu 2,32% e no mês, 10,16%. Esta foi a maior alta mensal desde março, mês em que a moeda subiu 11,46% - de acordo com dados da Economatica considerando a Ptax - taxa calculada diariamente pelo BC que que aponta a média do preço do dólar em real. No ano, o dólar já acumula alta de 28,81%.


"Para qualquer lado que você olhar, tem notícia ruim, seja fiscal ou política", resumiu à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.


"O que preocupa bastante no futuro são os números da economia brasileira. Com os dados ruins, vamos ficando cada vez mais perto de perder o grau de investimento", disse o superintendente regional de câmbio da SLW, João Paulo De Gracia Correa, para quem o dólar pode ir "facilmente" acima de 3,60 reais se o país for rebaixado.


O setor público brasileiro marcou déficit primário de R$ 9,323 bilhões em junho, pior leitura para o mês na história, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), números que ressaltam as dificuldades do governo para equilibrar as contas públicas.


Os investidores também especulavam sobre o programa de interferência do Banco Central no câmbio com a rolagem dos swaps cambiais, contratos que equivalem a venda futura de dólares, que vencem em setembro, correspondentes a US$ 10,027 bilhões.


O mercado questiona se o BC continuará com a estratégia de reduzir as rolagens diante da escalada recente da moeda norte-americana, que tende a pressionar a inflação.


O BC rolou pouco menos de 60% dos swaps que vencem na segunda-feira, a menor proporção em mais de um ano.


"Num momento como este, o BC não deve anunciar uma rolagem menor e se fizer isso vai causar mais estresse no mercado", disse à Reuters o operador de câmbio da Correparti Corretora Jefferson Luiz Rugik, para quem o dólar pode ir a R$ 3,50 no curto prazo.


No exterior, o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas, após avançar com força nas últimas sessões diante das expectativas de alta de juros nos Estados Unidos e preocupações com a desaceleração da economia chinesa.


"É um ajuste técnico. Os mercados (externos) se lembraram de tomar pílulas contra ansiedade hoje", afirmou à Reuters o economista da empresa de análise 4Cast Pedro Tuesta.

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