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Governo incentiva uso de energia solar nas propriedades da agricultura familiar

Esse tipo de fonte energética não apenas garante redução na conta de luz como promove a sustentabilidade ambiental e a valorização do imóvel.

05/02/2018 - 08h07

Campo Grande

Governo incentiva uso de energia solar (Foto: Divulgação)

Com bons exemplos agrícolas, o município de Ivinhema, agora, abriga o primeiro sítio da agricultura familiar no Estado a fazer adesão ao sistema de energia solar. Situada a 10 km do perímetro urbano, a propriedade da agricultora Maria Salete Boemer recebeu, no final do ano passado, as instalações das placas fotovoltaicas para colher do sol a potência necessária para produção de energia limpa para consumo doméstico e rural.  


A tecnologia foi viabilizada com apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) que, gratuitamente, elaborou o projeto para o acesso às linhas de crédito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).


“Esses dias eu estava comentando com a família que nunca paguei uma coisa com tanto gosto como estou pagando esse empréstimo que fiz. A minha conta de energia deste mês é de R$ 24,00 e eu cheguei a pagar 130, 140 e 160 reais e, às vezes, até um pouco mais. O meu filho, que também faz uso da energia, mora aqui do lado, vai pagar R$ 29,00”, afirma a agricultora em tom de satisfação.


A produtora é assistida pela Agraer através da Chamada Pública da Sustentabilidade. “O sistema implantado atualmente gera energia suficiente para abastecer o consumo do sítio, incluindo todos os eletrodomésticos e iluminação da residência, e também na produção do leite, como triturador, ordenhadeira, entre outros”, garante o médico veterinário da Agência, Arizoly Mendes, que acompanhou todo o processo de instalação da unidade no sítio.


Todo o projeto foi elaborado conforme a demanda da propriedade e o perfil econômico da família para não desgastar o orçamento com a adesão da tecnologia. O projeto de R$ 42.000,00, foi financiado através do Pronaf com juros de 5,5% ao ano, com carência de três anos e 10 anos para o pagamento.


“O valor em si é caro, mas você está investindo em sua propriedade e tem toda a questão do parcelamento com taxas de juros abaixo do mercado, sem contar a economia na redução da conta de luz. É um empréstimo que se paga pela economia que eu estou fazendo”.


O sistema instalado no sítio Ouro Verde, tem capacidade de geração acima de 700 kwh/mês de energia solar, processada através de 32 m² de placas fotovoltaicas.  E os benefícios são inúmeros para a propriedade, conforme enumera a agricultora familiar. “O sistema já vem com para-raio, tem garantia de 25 anos e a gente está produzindo mais energia do que o esperado. Ivinhema é muito quente e mesmo em dia de céu nublado há produção. A gente pensava em produzir uns 600 quilowatts, mas já chegamos a produzir 1.300. Está sobrando energia”, brinca ela.


A energia excedente, em parte, é direcionada para a chácara do seu filho, Gilberto. “A energia é produzida de dia e é jogada direto na rede. Não precisa ter muito sol para produzir não. E o atendimento da Agraer foi excelente nesse apoio dado para conseguir o financiamento. Eu achei que ia enrolar o contato com o banco, não estava levando muita fé. Já tinha feito uma jura de nunca mais pegar crédito em banco, mas fiquei surpresa com o atendimento. Tudo graças ao apoio da Agraer”, afirma.


A iniciativa deu tão certo que a Agraer pretende incentivar outros agricultores a implantar a tecnologia. Isso porque a energia solar não apenas garante redução na conta de luz como promove sustentabilidade ambiental e a valorização do imóvel.


A energia solar é uma das fontes energéticas de maior abundância no planeta. Estudiosos estimam que somente uma minúscula proporção dos raios solares chegam à Terra, o equivalente a 3.766.800 hexajoules de energia por ano. Para se ter uma ideia, um joule, parcela ainda menor de energia, é a quantidade que gastamos para erguer uma maçã, por exemplo.


Em resumo, há tanta energia solar em nosso planeta que mesmo que a utilizássemos para todas as nossas tarefas ainda não comprometeria o ecossistema. Sabe-se que as plantas do mundo capturam apenas 3 mil desses hexajoules solares para a fotossíntese, enquanto que, para abastecer as nossas indústrias  e outras atividades comerciais seriam necessários apenas 500 hexajoules, ou seja, 90 minutos de irradiação solar sobre a Terra. Isso comprova que, ainda, sobram muitos e muitos joules, energia excedente, sobre o solo terrestre.

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