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Inflação e pandemia cortam ganho real do trabalhador em 2020

Média do reajuste salarial e do INPC no ano passado foi de 3,5%, indica estudo.

22/01/2021 - 07h51

G1

Inflação tem maior patamar para novembro em cinco anos (Foto: G1)

Em 2020, não houve ganho real nos salários negociados entre patrões e empregados, segundo dados do Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).


Enquanto o reajuste salarial mediano dos profissionais foi de 3,5% em 2020, o INPC médio no ano foi o mesmo (também de 3,5%). Ou seja, na prática, não houve aumento algum.


Vale lembrar que o índice inflacionário (usado para reajustar o salário mínimo) acumulou alta de 5,45% em 2020.


"O resultado se deve a dois fatores: à inflação menor em 2020, apesar de ter subido muito no final do ano, e à Covid-19. A pandemia atrapalhou muito o ganho dos trabalhadores", explicou Hélio Zylberstajn, coordenador do estudo e professor da FEA/USP.


Em 2019, o reajuste salarial mediano foi de 4% e o INPC médio no ano, de 3,7% — resultando em um ganho real de apenas 0,3%.


De acordo com Zylberstajn, as reuniões se tornaram mais espaçadas, "porém mais focadas em temas relevantes aos trabalhadores". Por este motivo, há uma participação maior de pessoas, na contramão da quantidade de eventos.


Por conta do distanciamento social, a quantidade de negociações coletivas sobre teletrabalho quase que quadruplicaram de 2019 para 2020: de 1.122 para 4.042.


"Só no primeiro trimestre de 2020 [3.176], houve quase três vezes mais negociações que 2019 todo. A pandemia apressou a transformação das empresas para o teletrabalho", analisou o professor.


Resultado de dezembro


No mês de dezembro, o reajuste salarial ficou abaixo da inflação (-0,9%) pela única vez em 2020, por conta da alta do INPC (Índice de Preços ao Consumidor) — índice inflacionário utilizado para correção do salário mínimo. Ou seja, não houve aumento real.


No mês, 70,2% dos reajustes salariais registrados foram abaixo do índice inflacionário. Apenas 10,6%, foram acima do INPC. No ano, o percentual caiu para 25,7%.


Segundo a Fipe, aumentos reais serão raros em 2021 porque as projeções para o INPC este ano "continuam altas", acima de 5%.

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