O mercado financeiro subiu a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, para 8% neste ano. Ao mesmo tempo, reduziu a previsão de crescimento da economia,.
As previsões do mercado constam no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (13) pelo BC (Banco Central). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Para a inflação, a expectativa do mercado para o ano de 2021 avançou pela vigésima terceira seguida, passando de 7,58% para 8%.
O centro da meta de inflação, em 2020, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do mercado já está acima do dobro da meta central de inflação (7,5%).
A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Para 2022, o mercado financeiro subiu de 3,98% para 4,03% a estimativa de inflação. Foi a oitava alta seguida no indicador. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
PIB
Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,15% para 5,04% em 2021.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2022, o mercado baixou a previsão de alta do PIB de 1,93% para 1,72%.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o "barulho político" dos últimos dias, resultado do discurso de caráter golpista do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de 7 de Setembro, poderia afetar o ritmo de crescimento da economia brasileira, gerando uma desaceleração.