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Mesmo com cenário adverso, MS deve ter safra recorde de soja

MS deve colher 7,79 milhões de toneladas no ciclo 2016/2017.Nova safra foi aberta oficialmente nesta sexta-feira (17) em MS.

18/09/2016 - 08h00

Do G1 MS

MS deve ampliar em 2,44% a área cultivada com soja na temporada 2016/2017 (Foto: G1)

Mesmo com um cenário adverso provocado pelas incertezas climáticas, variações cambiais e oscilações de preços no mercado internacional, Mato Grosso do Sul deverá ampliar a área e a produção de soja na safra 2016/2017 e colher um volume recorde do grão. A projeção foi apresentada na sexta-feira (17), pelo presidente da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja do estado), Christiano da Silva Bortolotto, durante o lançamento oficial do plantio, que foi feito na fazenda Agropastoril Jotabasso, em Ponta Porã, a 326 quilômetros de Campo Grande. 


Segundo Bortolotto, o estado deverá aumentar em 2,44% a área cultivada com a soja, passando de 2,46 milhões de hectares da safra 2015/2016 para 2,52 milhões de hectares no novo ciclo, 2016/2017, e repetir a produtividade média das lavouras da temporada, 3.090 quilos por hectare, o que representa 51,5 sacas por hectare. Dessa forma deverá ampliar a produção no mesmo patamar da área cultivada, ou seja, 2,44%, com o volume passando de 7,60 milhões de toneladas para 7,79 milhões de toneladas.


“Mais do que nunca o produtor vai ter que trabalhar com muita eficiência operacional. Escalonar sua produção de forma a garantir boas médias e tocar a lavoura com muito cuidado. Trabalhar em cima da rentabilidade”, diz o presidente da Aprosoja/MS, completando que o plantio só foi iniciado na fazenda em que ocorreu o ato de abertura da safra em razão da propriedade contar com  sistema de irrigação, já que as condições de solo da região, devido a estiagem dos últimos dias, ainda não são favoráveis ao começo da semeadura. “Entretanto, nas outras propriedades desta região, que cultivam no sistema de sequeiro, assim que chover, os produtores vão começar a plantar, já está tudo preparado”, diz.


Bortolotto comenta que um dos grandes temores dos produtores para está safra, a influência do La Niña, que poderia provocar uma maior escassez hídrica, deve ter menor intensidade que o previsto inicialmente, e dessa forma o volume de chuvas deve ficar na média histórica em algumas regiões do estado, e em outras até um pouco acima, durante o período de cultivo.


O presidente da Aprosoja/MS diz que nesta nova temporada houve um aumento no custo de produção projetado de 26,4% em relação a anterior, passando de R$ 2.452,00 por hectare para R$ 3.098,84 por hectare e que o percentual da produção já vendido antecipadamente está menor do que no ciclo anterior. Na safra 2015/2016, até o dia 10 de setembro, 29,7% da produção já havia sido comercializada e nesta, até o mesmo dia, o índice chegava a apenas 22,5%.


Já o secretário estadual de Sepaf (Produção e Agricultura Familiar), Fernando Lamas, destacou durante a solenidade que o fato da abertura ocorrer em Ponta Porã tem uma simbologia muito grande e visa demonstrar a pujança da agropecuária do município de fronteira, que é o segundo maior produtor de soja do estado. Nesta temporada deve cultivar 203,2 mil hectares com a oleaginosa, o que representa um incremento de 2,44% frente ao ciclo anterior quando semeou 198,4 mil hectares.


Lamas também ressaltou que há algumas safras o volume médio de produção de Mato Grosso do Sul e de outros grandes produtores do país, como Mato Grosso, Bahia, Goias e Minas Gerais, estabilizou em torno dos 3.000 quilos por hectare, e que neste mesmo período o custo de produção vem subindo constantemente. “Sabemos que os preços têm subido e isso tem compensado em parte essa elevação dos custos de produção, mas precisamos aumentar nossa produtividade, sob pena de perdermos rentabilidade”, alertou.


O secretário revelou ainda que o governo do estado tem sido muito pressionado a liberar em Mato Grosso do Sul uma segunda safra de soja, uma safra de inverno ou safrinha, mas afirmou que é contra a medida, porque ela poderia ter um profundo impacto no controle da principal doença que ataca a soja, a ferrugem asiática. “Temos visto uma redução muito grande da eficiência dos produtos que combatem a ferrugem. Então, a liberação desta segunda safra, acabando com o vazio sanitário, poderia colocar em risco todo o sistema de produção”, alerta.


Já o presidente do sindicato rural de Ponta Porã, André Cardinal, lembrou que a escolha da  fazenda Agropastoril Jotabasso para receber a abertura da safra foi estratégica, já que a propriedade vai cultivar nesta temporada 18 mil hectares com a oleaginosa, para a produção de sementes, o que representa quase 9% de toda a área plantada no município com o grão.


Segundo o diretor-superintendente da Agropastorial Jotabasso, Airton Francisco de Jesus, independente do cenário adverso para a cultura, os produtores continuam a acreditar na atividade e, por isso, a produção do estado ano a ano tem batido recordes. “A nós, cabe fazer a nossa parte. Investir em tecnologia, ampliar a produtividade das nossas lavouras e mostrar a pujança da nossa agricultura”, concluiu.

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