O 1º site político de Mato Grosso do Sul   |   29 de Março de 2024
Publicidade

Norte e Nordeste devem ser mais prejudicados com o fim do Auxílio

Estudo da consultoria Tendências projeta queda de cerca de 8% na renda das duas regiões após a extinção do benefício

11/01/2021 - 07h15

G1

Pagamento do auxílio foi encerrado em dezembro (Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena)

O desempenho econômico do Norte e Nordeste deve ser o mais prejudicado com o fim do Auxílio Emergencial, que teve a sua última parcela depositada no mês de dezembro. Sem a ajuda do governo federal, as duas regiões vão colher uma forte queda na renda e um crescimento mais baixo do que a média nacional neste ano.


Estudo realizado pela consultoria Tendências aponta que o rendimento dos moradores da região Norte saltou 13,1% no ano passado, enquanto que o dos habitantes do Nordeste cresceu 8,3%.

Em 2021, porém, os dados apontam para uma reversão: a renda do Norte vai despencar 8,5% e a do Nordeste, 8%.


Como comparação, a renda de todo o Brasil cresceu 4,6% no ano passado e deve recuar 3,7% em 2021.


"As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram o maior número de domicílios beneficiados pelo Auxílio Emergencial, porque são os locais com maior informalidade", explica a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro. "Então, o fim do auxílio afeta bastante a região Norte e, especialmente, o Nordeste."


Segundo a Caixa Econômica Federal, as transferências da União somaram R$ 292,9 bilhões e alcançaram 67,9 milhões de pessoas - quase um terço da população do país.


Recuperação desigual


O impacto do benefício também pode ser medido pela taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) das diferentes regiões.


No ano passado, segundo as projeções da consultoria, a atividade econômica do Norte (-1,9%) e do Nordeste (-3,8%) encolheu bem menos do que a média do país (- 4,4%).


Governo reduz de 4,7% para 4,5% projeção de queda do PIB em 2020


Mas em 2021 esse cenário também deve se inverter: Nordeste (2,1%) e Norte (2,6%) crescerão abaixo da média nacional, que será de 2,9%.


"Haverá uma diversidade bem expressiva na expansão das regiões", afirma Alessandra. "O Nordeste deve ter o menor crescimento, muito por causa do fim do auxílio. É uma região que depende de transferências governamentais e de investimentos públicos. E, diante da situação fiscal adversa (do país), a gente não tem a previsão de grandes projetos ou investimentos públicos que possam trazer um impulso para a região."


A expectativa é que o crescimento mais robusto seja observado no Sul (4,1%), principalmente por conta da base de comparação, que é muito fraca. Em 2020, segundo as projeções da Tendências, o PIB da região recuou 6,1%, pressionado pelo PIB agropecuário, que sofreu com as condições climáticas locais, e pelo fraco desempenho do setor de máquinas e equipamentos.


Crise social


O fim do Auxílio Emergencial vai abrir uma lacuna preocupante no orçamento das famílias mais pobres. Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que 2,9 milhões de domicílios (4,3% do total) sobreviveram, em novembro, apenas com o valor do benefício.

Leia Também
Comente esta notícia
0 comentários
Mais em Economia
Colunistas
Ampla Visão
Copyright © 2004 - 2015
Todos os direitos reservados
Conjuntura Online
Rua São Remo, 390
Jardim Vilas Boas, Campo Grande / MS