O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), travaram na sexta-feira (22) e no sábado (23) um duelo de declarações à distância sobre a articulação para a votação da reforma da Previdência. Bolsonaro estava em viagem oficial ao Chile, e Maia, no Brasil.
Medida considerada prioritária pela equipe econômica para recuperar as contas do país, a reforma da Previdência muda as regras de aposentadoria para trabalhadores da iniciativa privada e do funcionalismo público. O governo também enviou ao Legislativo um projeto que trata dos militares.
As propostas ainda não começaram a tramitar na Câmara dos Deputados por enfrentarem resistência dos partidos, incluindo o PSL, de Bolsonaro, que reclamam da falta de diálogo com o Palácio do Planalto.
Um dos principais articuladores da reforma no Congresso, Rodrigo Maia tem demandado mais empenho do governo para estruturar a base aliada e se irritou nos últimos dias com ataques nas redes sociais.
A polêmica começou na quinta-feira (21). Segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", Maia teria telefonado para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e avisado que deixaria a articulação após publicação de post do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com críticas a ele.
Em entrevista ao jornal “O Globo” na sexta, Maia sinalizou que vai esperar o Planalto tomar as rédeas da articulação.