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Choque de versões gera desgaste e leva Botafogo a dispensar Ramón Díaz

Diretoria alvinegra não ficou satisfeita com comunicação com os argentinos e tomou decisão a contragosto dos jogadores. 

27/11/2020 - 17h22

Globo Esporte

A indefinição sobre a saúde de Ramón Díaz e o choque de versões nas informações dadas pela comissão técnica argentina foram os grandes motivos da rescisão feita pelo Botafogo. Antes definida em duas semanas, o retorno do treinador se estendeu a ponto de não haver data definida. Pressionada pelos resultados, a diretoria alvinegra optou pela ruptura mesmo a contragosto do elenco.


A decisão foi tomada na noite da última quinta-feira. O Botafogo soube do agravamento do quadro de Ramón na quarta e se viu pressionado pela derrota daquela noite para o Atlético-MG, a quarta seguida no Campeonato Brasileiro. Os jogadores queriam a permanência da nova comissão, mas, segundo relatos, entenderam que o clube não poderia ficar com comando interino no momento mais crítico da temporada.

Ramon Díaz se apresenta ao Botafogo (Foto: Divulgação)

Mais do que a demora, irritou o Bota as poucas informações e versões diferentes apresentadas por Emiliano, filho de Ramón, e pelo representante do treinador no Brasil, o empresário Marcos Leite. Consultada pelo ge, a diretoria garantiu que o prazo de mais de um mês nunca foi informado. 


Internamente, o argentino deu a mesma versão que apresentou à imprensa, de ausência por no máximo duas semanas.


- Foi tudo muito rápido. Fiz um exame na semana passada e me comunicaram há pouco que tenho que fazer uma cirurgia. Só vou realizar no sábado. Certamente na semana que vem, ou no fim da outra semana já estarei de volta ao Botafogo. Podem ficar tranquilos - disse no último dia 10.


Nesta sexta-feira, ao Redação SporTV, o filho e auxiliar de Ramón, Emiliano, garantiu que o clube sabia que o prazo poderia se estender para até o próximo dia 7 de dezembro. Versão diferente da apresentada pelo clube.


Por conta do problema de saúde do treinador, uma cláusula de liberação foi incluída no contrato. O Bota não vai pagar multa, mas negocia os dias trabalhados dos cinco integrantes da comissão técnica.


A espera irritou, também, porque a chegada de um estrangeiro não foi unanimidade dentro do clube desde o início. Na verdade, a diretoria dividiu opiniões até sobre a demissão de Bruno Lazaroni. A preferência inicial era por um nome brasileiro. Lisca era um dos bem avaliados, mas a negociação com o América-MG seria complicada.


Depois de muitas tentativas frustradas, o nome de Ramón chegou por meio de Marcos Leite, que ficou bastante próximo de Ricardo Rotenberg após as negociações com Honda e Kalou. Depois que o vice-presidente se afastou um pouco mais das decisões do futebol, o trânsito do empresário não é o mesmo.

Ramón Díaz deixa o clube mais de 20 dias depois da apresentação, mas sem estrear. Na ausência do treinador, o time foi comandado pelo filho Emiliano, que acumulou três derrotas em três jogos. O Bota está na vice-lanterna do Campeonato Brasileiro, com 20 pontos e a cinco de sair da zona de rebaixamento.

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