A Prefeitura de São Paulo pretende investir em educação os R$ 80 milhões que deverão ser devolvidos aos cofres públicos, após a condenação da família Maluf pela Justiça britânica.
O valor teria sido desviado das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho no período em que o deputado federal pelo Partido Progressista foi prefeito da capital, na década de 90.
Ainda não há prazo para a administração municipal recuperar o dinheiro, que estaria nas Ilhas Jersey, paraíso fiscal britânico.
Maluf sempre negou as acusações e garante não ter conta no paraíso fiscal.
Entre 2012 e 2013, parentes do ex-prefeito devolveram cerca de R$ 35 milhões aos cofres da prefeitura paulistana, por causa de desvio de dinheiro de obras na zona sul de São Paulo.
A família Maluf ainda tentou uma última apelação ao conselho privado da rainha da Inglaterra, para evitar o novo pagamento.
A corte inglesa julgou o pedido e manteve na íntegra, a condenação de Maluf. Agora, a família terá que devolver os R$ 80 milhões para a Prefeitura de São Paulo. Caso contrário, o município receberá ações da Eucatex, empresa que também é dos parentes do deputado e está com as contas bloqueadas.
O assessor de imprensa de Paulo Maluf, Adilson Laranjeira, disse que o nome de seu cliente não consta no processo e que ele não possui dinheiro no exterior.
Apreensão do ISS também resulta em dinheiro para educação
Segundo o atual prefeito, Fernando Haddad, também serão destinados à educação recursos da venda do primeiro bem apreendido com um dos ex-fiscais denunciados na máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços): um barco de luxo que está guardado em uma marina no Guarujá, litoral paulista. Além da utilização do dinheiro recuperado, a administração da capital também aposta em parcerias com a iniciativa privada para investimentos em educação.
A ideia é que essa alternativa ajude a zerar, até o fim da gestão do petista, a fila de espera para a matrícula em creches. Atualmente, 80 mil crianças esperam por uma vaga.
A arrecadação menor do que o esperado obrigou a prefeitura a alterar o programa de metas, que sofre com atrasos. A reprogramação pode afetar promessas de campanha feitas por Haddad em 2013, como a construção de CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados), UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e corredores de ônibus.