O 1º site político de Mato Grosso do Sul   |   28 de Março de 2024
Publicidade

Ronaldinho é investigado por outros crimes no Paraguai, afirma promotor

Justiça paraguaia mantém prisão do ex-jogador e do irmão

09/03/2020 - 08h14

G1

Ronaldinho é investigado por outros crimes no Paraguai (Foto: Divulgação)

O promotor Osmar Legal – que atua no processo em que Ronaldinho Gaúcho e de Roberto de Assis, irmão do ex-jogador, são investigados por uso de passaportes falsos no Paraguai – afirmou neste domingo (8) ao Globoesporte.com que os dois também são investigados por outros crimes.


Ronaldinho e Assis foram detidos na quarta-feira (4) após chegar a Assunção e estão presos de maneira preventiva no país vizinho. Eles são processados, por enquanto, por uso de documentos paraguaios irregulares. A prisão preventiva pode durar até seis meses.


Foi o próprio Osmar Legal quem pediu, neste sábado (8), a manutenção da prisão dos brasileiros, alegando "risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos". Na tentativa de transformar o caso em prisão domiciliar, a defesa alegou que Assis tem um problema no coração e precisa de cuidados médicos.

Ao Globoesporte.com, o promotor falou neste domingo sobre as possíveis vantagens do uso de passaportes irregulares. "Um brasileiro com documentação paraguaia poderia ter a vantagem de participar de negócios em algumas empresas no país. [Vantagens] Que não seriam dadas sem a cidadania paraguaia", disse Legal.


Ele declarou que não pode dizer quais serão os próximos passos da investigação, mas citou que "há indícios de que outros crimes foram cometidos". Também não descreveu como os passaportes falsos chegaram a Ronaldinho e Assis.


O promotor afirmou ainda que "é importante que eles [Ronaldinho e Assis] sigam no Paraguai durante esse processo". Além da detenção do ex-jogador e do irmão, Osmar Legal solicitou a prisão preventiva da empresária Dalia López, responsável pela ida da dupla ao Paraguai.


Com relação a fato de Ronaldinho e Assis terem chegados algemados a uma audiência neste sábado (7), o promotor disse: "Pessoalmente, eu não vejo como necessário o uso de algemas, em casos de presos que não demonstrem perigo real ou risco de fuga. Mas isso é uma prerrogativa do juiz do caso".


Ronaldinho e Assis prestaram depoimento depois de terem passado a noite em uma prisão em Assunção.

Legal minimizou o assédio por fãs sofrido pelo ex-jogador, eleito o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005.


"Nesses últimos dias, multidões fizeram filas para conseguir uma foto ou um autógrafo. E isso também acontece dentro do sistema de Justiça, que nem sempre funciona com a frieza que deveria funcionar", disse o promotor.


"A Lei deve ser igual para todos, seja Ronaldinho ou qualquer outro cidadão. Ele é uma pessoa muito querida, mas nós precisamos fazer o nosso trabalho como se fosse uma pessoa qualquer."


Advogado diz que detenção é 'ilícita, ilegal e abusiva'


O representante legal de Ronaldinho e de Assis, Sergio Queiroz, afirmou em uma entrevista coletiva que a detenção dos dois é ilícita, ilegal e abusiva, noticiou o jornal paraguaio "ABC Color".


Queiroz reconheceu que Ronaldinho e Assis apresentaram documentos falsos ao entrar no Paraguai, mas sem intenção. Segundo o defensor, eles agiram de de boa fé e sem dolo (expressão jurídica que significa vontade de enganar).


“Ronaldo e Roberto não sabiam que era irregular. Para eles, era regular, tanto que apresentaram livremente o documento, [mesmo] podendo mostrar só a cédula [de identificação brasileira, o RG]", argumentou o advogado.


Em entrevista ao G1 neste sábado, Queiroz afirmou que a Justiça do Paraguai cometeu abuso de autoridade ao algemar o ex-atacante.

Leia Também
Comente esta notícia
0 comentários
Mais em Esporte
Colunistas
Ampla Visão
Copyright © 2004 - 2015
Todos os direitos reservados
Conjuntura Online
Rua São Remo, 390
Jardim Vilas Boas, Campo Grande / MS