O coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar, garante que não há no mundo seleções fortes dispostas a enfrentar o Brasil em amistosos. Ao Estado, ele mostrou uma planilha mapeando as competições dos continentes e o calendário das equipes. Na lista estavam as agendas de possíveis rivais da Conmebol, Uefa, Concacaf, África, Ásia e Oceania. Com isso, o Brasil enfrentará o Panamá, lanterna da última Copa do Mundo e há quase um ano sem vencer.
De acordo com Edu, a CBF mapeia ainda os jogos do futebol brasileiro com a intenção de não prejudicar clubes que estejam disputando partidas decisivas, embora Tite não tenha nenhuma prerrogativa para não convocar os melhores para a Seleção.
A dificuldade de encontrar adversário fortes e à altura do Brasil é antiga. "Tentamos amistosos contra rivais fortes da Europa, por exemplo, mas ninguém quer jogar contra o Brasil, mesmo aqueles que estão com datas livres", diz Gaspar. A justificativa diz respeito a possíveis derrotas.
"As seleções da Europa têm compromissos em torneios regionais e eliminatórias para a Eurocopa. Quando estão livres, não querem encarar o Brasil porque sabem da possibilidade de derrota e, assim, podem perder moral para jogos oficiais." Edu revela que a Alemanha aceitou jogar e depois mudou de ideia. Sobram os times mais fracos, menos tradicionais.
Brasil x Panamá
Com treinador recém-contratado e com elenco reduzido e inexperiente, o Panamá, que vai enfrentar a Seleção Brasileira, neste sábado (23), em amistoso em Portugal, está longe de ser um teste à altura das dificuldades a serem enfrentadas pela equipe de Tite na Copa América.
A equipe do país da América Central ocupa a 76.ª posição no ranking da Fifa, colocação pior do que a de todas as seleções que estarão na disputa da Copa América. O Panamá fechou o Mundial da Rússia com maior goleada sofrida na competição (6 a 1 diante da Inglaterra) e com a pior campanha entre os 32 participantes.
A última vitória panamenha foi em abril do ano passado, em amistoso contra Trinidad e Tobago. Desde então a equipe acumula 11 partidas sem vencer e levou a federação a mudar de planos há cerca de um mês. A decisão foi trocar o comando e escolher o interino Julio Dely Valdés, ex-atacante, ídolo do futebol local e que pela terceira vez assume o posto.