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CNJ decide aposentar desembargadora por ter beneficiado filho preso em MS

Aposentaria compulsória é a pena máxima prevista para a magistratura. 

24/02/2021 - 07h25

G1

Desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges (Foto: Divulgação )

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu nesta terça-feira (23) aposentar compulsoriamente a desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

A aposentaria compulsória é a pena máxima prevista para a magistratura. Com a decisão do CNJ, Tânia Borges terá direito a receber a aposentadoria com proventos proporcionais. Ela estava afastada desde 2018.


Após a decisão, o advogado da desembargadora, André Borges, enviou a seguinte nota: "A defesa está surpresa e bastante contrariada com a decisão, que será combatida perante o Judiciário, considerados o exagero e inadequação da condenação."


Por 8 votos a 5, o conselho entendeu que a desembargadora usou a condição de magistrada para beneficiar o filho, preso acusado de tráfico de drogas.


Câmeras de segurança registraram a desembargadora chegando em um carro junto com um delegado da Polícia Civil e um advogado para cumprir a ordem de transferência do filho para uma clínica psiquiátrica.

Breno Borges foi preso em março de 2017, transportando 130 quilos de maconha e 200 munições de fuzil. Breno tinha outro mandado de prisão por suspeita de ter colaborado na fuga de um chefe de tráfico.


A decisão do CNJ

A maioria dos integrantes do CNJ seguiu o voto do conselheiro Luiz Fernando Keppen, para quem Tânia Borges violou a Lei Orgânica da Magistratura e desrespeitou deveres de integridade pessoal e profissional.


"Não vislumbro possibilidade de aplicar pena diferente da aposentadoria compulsória à desembargadora, que comportou- se de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções", votou Keppen.


"Entendo que a separação entre a vida privada e pública é pré-condição para o exercício da magistratura, e não me parece que a requerida [Tânia] ostente tal condição de modo a continuar exercendo esse importante múnus público. Seu retorno à jurisdição pode gerar um enorme descrédito à instituição do Poder Judiciário, o que não me parece desejável", acrescentou.


O presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, também votou pela punição.

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