Nota divulgada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) ganhou destaque na quarta-feira (15). A entidade foi procurada pelo jornal Valor Econômico para falar sobre a afirmação do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de "fraudes" na seleção dos beneficiários do MCMV ( programa Minha Casa Minha Vida).
De acordo com o jornal, o chefe da pasta usou o argumento para justificar a mudança na forma dessa seleção da faixa 1 do MCMV. “Canuto falou sobre o assunto, ao Valor, quando anunciou que o governo Jair Bolsonaro vai transferir das prefeituras para o Ministério da Cidadania a definição dos contemplados”, diz a matéria.
Segundo a publicação, a faixa 1 do programa é destinada a famílias sem acesso a crédito imobiliário, por isso o subsídio é integralmente coberto pela STN (Secretária do Tesouro Nacional).
Pela afirmação do ministro, a ideia agora é usar o CadÚnico (Cadastro Único) para selecionar as famílias elegíveis pelos critérios do programa.
Leia o comunicado da CNM na íntegra:
"Antes, as regras para a seleção dos beneficiários eram feitas exclusivamente pelos Municípios, por meio dos critérios elencados na legislação federal, como renda, critérios sociais e ausência de imóvel. Posteriormente, no entanto, houve a adoção do sorteio dos inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), com transparência e publicação no Diário Oficial local, após os procedimentos de inscrição.
Esses sorteios são realizados em parceria do programa Minha Casa Minha Vida (Caixa) juntamente com Estados/Prefeitura da cidade. Portanto, hoje o processo de seleção dos beneficiários não é exclusivo do gestor local. Vale ressaltar ainda que existem poucos sorteios, uma vez que desde 2015 há um baixo número de novas contratações para novas moradias para a modalidade Faixa 1, em virtude de cortes federais advindos do OGU (Orçamento Geral da União). Os sorteios realizados funcionam bem, Municípios/Estados que adequaram suas legislações têm, cada vez mais, adotado mecanismos para agilidade e transparência do processo.
Em via de regra, após o sorteio, todos os nomes selecionados são encaminhados para a Caixa Econômica Federal, responsável por fiscalizar se todos os sorteados atendem aos critérios de participação do programa e exigir a documentação necessária para a entrega do imóvel.
Não é de conhecimento da CNM (Confederação Nacional de Municípios) o tipo de fraude citado na reportagem. A entidade destaca que, caso ocorra e seja comprovado, os responsáveis devem ser punidos pelo rigor da lei.
O gestor público local está comprometido em promover melhores condições de acesso à moradia adequada para a população e tem enfrentado graves dificuldades com obras paralisadas e sem perspectiva de retomada dessas obras por falta de recursos federais".