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Acuado, Mário César dedura corrupção montada para derrubar Alcides Bernal

Ligado ao ex-governador André Puccinelli, vereador confessa ter conversado com empresário Joaquim Amorim sobre o esquema fraudulento

29/08/2015 - 05h15

Da redação 

Campo Grande 

Vereador afastado Mário César (Foto: Divulgação )

Pressionado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o vereador afastado Mario Cesar (PMDB) dedurou o esquema de corrupção montando para derrubar o prefeito Alcides Bernal (PP) da Prefeitura de Campo Grande. 


Ele contou ao Gaeco que a gestão de Alcides Bernal (PP) na prefeitura de Campo Grande estava com os dias contados bem antes da cassação em março de 2014, segundo reportagem do portal G1 MS.


A recomendação do Ministério Público vai ser avaliada pela Procuradoria Jurídica e pela Mesa Diretora. A Câmara não tem Comissão de Ética.


A TV Morena tentou entrar em contato com todos os vereadores que prestaram depoimento na operação Coffee Break. Os assessores de imprensa dos vereadores Airton Saraiva (DEM), Chocolate (PP), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Gilmar da Cruz (PRB) disseram que não conseguiram falar com eles.


A assessoria de Edil Albuquerque (PMDB) não retornou as ligações. Jamal Salém (PR) volta ao cargo de vereador e não quis se manifestar. O advogado de Mario Cesar (PMDB) informou que não há provas suficientes para quebra de decoro.


Segundo o Gaeco, Mario Cesar, que é ligado ao ex-governador André Puccinelli (PMDB), declarou que, durante os trabalhos da Comissão Processante contra Bernal, houve várias reuniões com diversos seguimentos políticos, inclusive com a participação do então vice-prefeito Gilmar Olarte (PP), que tem o apelido de “Goiano” nas escutas telefônicas, para tratar da formação de um eventual novo governo.


O advogado de Olarte, Jail Azambuja, confirmou que houve conversas entre o prefeito afastado e vereadores sobre um novo governo antes da cassação de Bernal.


Bernal foi cassado no dia 12 de março de 2014 e, antes mesmo do julgamento da Comissão Processante, os vereadores suspeitos de fazerem parte do esquema de compra de votos já contavam que teriam espaço na administração de Gilmar Olarte. Os depoimentos revelam que o grupo investigado não tinha dúvidas de que ele assumiria a prefeitura.


Ainda segundo o depoimento, durante os trabalhos da Comissão Processante contra Bernal, Mario Cesar manteve conversas com o empresário João Amorim sobre as investigações na Câmara. Ao gaeco, o peemedebista confirmou que sabia que João Amorim era dono de empresas que mantinham contratos com a prefeitura e que o empresário estava tendo dificuldade de receber pelos serviços prestados de coleta de lixo. Confirmou também que chegou a conversar com Bernal para que os pagamentos fossem feitos, mas que não houve resultado.


Mario Cesar ainda admitiu, no depoimento ao Gaeco, que se reuniu com Gilmar Olarte e os empresários João Amorim e João Baird antes mesmo da sessão que cassou Alcides Bernal. Os encontros eram para tratar do futuro governo. Nas conversas interceptadas pela polícia, aparece também o empresário Fábio Portela, conhecido por Fabão.


Mario Cesar disse que o apelido goiano surgiu da sigla G.O., só que em vez de estar relacionada ao estado de Goiás, são as iniciais de Gilmar Olarte. O prefeito afastado também está sendo investigado por corrupção e lavagem de dinheiro.


Segundo o MP-MS, Gilmar Olarte, mais que articular a queda de Bernal, teve participação fundamental no esquema de compra de votos na Câmara para cassar o mandato do prefeito.


O MPE/MS já encaminhou para a Câmara Municipal um relatório com informações atualizadas sobre as investigações feitas pelo Gaeco. De acordo com os promotores de justiça, os vereadores investigados quebraram o decoro parlamentar ao receber vantagens para votar de acordo com os interesses do grupo chefiado por João Amorim, Mario Cesar e Gilmar Olarte. Para o MP-MS, a Câmara tem elementos suficientes para abrir procedimento para investigar a conduta dos vereadores e isso pode terminar na cassação do mandato de nove parlamentares.


O presidente interino da Câmara Municipal, vereador Flávio César (PT do B), passou boa parte da manhã reunido com parlamentares e o procurador jurídico no gabinete da presidência. De acordo com a assessoria, o Legislativo já recebeu os documentos e eles serão analisados pelos advogados da Câmara.

Gilmar Olarte ainda será ouvido pelo Ministério Público. O depoimento dele está marcado para a semana que vem.


A TV Morena tentou contato com todos os vereadores que prestaram depoimento na operação Coffee Break e que constam do relatório do MP-MS. Os assessores de imprensa dos vereadores Airton Saraiva (DEM), Chocolate (PP), Carlão (PSB) e Edson Shimabukuro (PTB) disseram que não conseguiram falar com os parlamentares. 


A assessoria de imprensa de Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB) e Gilmar da Cruz (PRB) não retornaram nossas ligações. Jamal Salém (PR), que agora volta ao cargo de vereador, não quis se manifestar. O advogado de Mario Cesar disse que não há provas suficientes para quebra de decoro.

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