Apesar de todo o desgaste político com a repercussão negativa na imprensa nacional após a prisão do ex-governador André Puccinelli, ocorrida na terça-feira (14), algumas lideranças do PMDB ainda nutre esperança na recuperação do correligionário, visto como principal nome do partido para disputar o governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2018.
Pelo menos é essa a linha de raciocínio do presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, e do deputado federal Carlos Marun.
“André é o nosso principal líder político”, acredita Mochi, que embora publicamente defenda a tese de candidatura própria, tem fortes ligações com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em pré-campanha à reeleição..
Mochi, inclusive, é interlocutor das negociações para unir PMDB e PSDB no próximo pleito, proposta que agrada a boa parte dos peemedebistas.
Para analistas, a prisão de André Puccinelli, embora meteórica, representa uma ducha de água fria nas pretensões do ex-governador que, apesar de pressionado a candidatar-se, sempre teve dúvidas sobre sua participação no próximo pleito.
HABEAS CORPUS
O habeas corpus impetrado pela defesa de André Puccinelli foi concedido na quarta-feira (15) pela manhã pelo TRF-3) Tribunal Regional Federal). O advogado Renê Siufi confirmou há pouco a decisão dada pelo desembargador Paulo Pontes.
O pedido foi feito pelo advogado Antonio Mariz, amigo pessoal do presidente Michel Temer. O teor da decisão, e se ela impõe medidas cautelares, tal como o uso de tornozeleira, ainda não são conhecidos.
Sabe-se apenas que André Puccinelli e o filho devem comparecer em juízo, entregar os passaportes e estão proibidos de deixar o país.
O TRF3 irá enviar ainda hoje o alvará de soltura para a justiça federal em Mato Grosso do Sul, para que os dois possam deixar o Centro de Triagem.
A Polícia Federal cumpriu mandado de prisão preventiva contra André Puccinelli nesta terça, durante a Operação Papiros de Lama, 5ª fase da Operação Lama Asfáltica. O ex-governador e seu filho André Puccinelli Junior foram transferidos durante a noite para o Centro de Triagem no complexo penitenciário no Jardim Noroeste.
Conforme a PF, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Bens das pessoas investigadas, que somam R$ 160 milhões, foram bloqueados.
André seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões.