Beto Pereira é eleito novo líder do PSDB na Câmara dos Deputados

O deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) é o novo líder da bancada tucana na Câmara Federal. Ele foi eleito com 16 votos, contra 1, na noite desta terça-feira (10). 

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, metade da bancada do PSDB deixou a reunião em que ocorria a eleição do novo líder da sigla na Casa, acusando o atual líder, Carlos Sampaio (SP), de manobrar para eleger um aliado seu e do governador de São Paulo, João Doria, o representante de Mato Grosso do Sul.

Candidato apoiado pelo deputado Aécio Neves (MG), Celso (PA) protestou que o estatuto do partido prevê que a eleição ocorrerá na última semana antes do recesso, no dia 18 de dezembro. 

A antecipação, disse Sabino, tem como objetivo permitir que o deputado Miguel Haddad (SP), que é suplente, possa votar — o titular do cargo, Guilherme Mussi (PP-SP), está de licença e retorna na quinta-feira 

Como a eleição estava, segundo projeções dos dois grupos, num empate, com 16 votos de cada lado, a presença de Haddad era decisiva. 

Com o empate, vence o mais velho, que é Beto Pereira.

Para o deputado Luís Carlos (AP), a vitória do outro grupo foi parcial. "Será um líder sem liderança. Será uma bancada rachada, com muita gente insatisfeita e falando  em sair do partido, não só por esse processo", afirmou. 

Para ele, o PSDB perdeu a força e a capacidade de influir no plenário da Câmara.

Aliados de Sampaio argumentam que, nos últimos nove anos, apenas uma eleição do líder ocorreu na última semana antes do recesso, e que houve um acordo para que a reunião fosse nesta terça. O critério de desempate, disseram, é regimental.

Prorrogação de mandato

Com o partido completamente rachado, parlamentares da legenda tentam um acordo de revezamento para a escolha do líder da bancada na Câmara em 2020 ou a prorrogação do mandato do atual líder, o deputado Carlos Sampaio (SP), por um ano.

Para evitar a exposição de um racha público, aliados de Pereira sinalizaram com um acordo de revezamento. Ele seria o líder de fevereiro a julho; Sabino ficaria de agosto a janeiro. 

Os aliados de Aécio, contudo, protestam que teriam um cargo esvaziado, já que o Congresso fará bem menos sessões no segundo semestre de 2020 por causa das eleições municipais.

Outra alternativa, segundo o deputado Domingos Sávio (MG), é prorrogar o mandato de Carlos Sampaio por mais um ano. “Mas ele resiste a essa alternativa porque a tradição do PSDB é de alternância do líder”, disse.