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CPI da Covid se envolve na primeira polêmica por causa da bancada feminina

Mesmo sem vaga entre titulares e suplentes, senadoras vão trabalhar em esquema de rodízio para participar das reuniões.

05/05/2021 - 14h47

De Brasília 

Simone cumprimenta colega em sessão da CPI (Foto: Marcos Oliveira)

A audiência com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich na CPI da Covid nesta quarta-feira (5) teve de ser suspensa por alguns minutos após uma discussão envolvendo senadores aliados ao governo e senadoras representantes da bancada feminina.


A CPI da Covid não tem nenhuma mulher entre seus 18 titulares e suplentes. No entanto, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que faria uma “concessão” para que duas senadoras pudessem fazer inquirições durante as audiências, o que desagradou os governistas.


Em um dos momentos mais acalorados, houve troca de acusações. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) chamou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) de "descontrolado" e disse para ele que não "admite grito".


No momento em que Eliziane foi chamada a fazer perguntas a Teich, Nogueira, aliado ao governo, afirmou que não havia acordo e que não havia a previsão no regimento do Senado para que houvesse esse tipo de inserção na comissão.


“Nada contra a senadora, mas isso não está em regimento, não foi acordado pela comissão. A gente fica sendo o papel de vilão da situação se nós queremos cumprir o regimento e que o trabalho seja levado a sério. Isso não foi acordado”, afirmou Nogueira.


Em resposta, a senadora disse: “Só não entendo porque tanto medo das vozes femininas aqui, Ciro”.

O senador rebateu: “As pessoas ficam querendo dar uma outra versão, como se nós estivéssemos perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi seu partido que não lhe indicou, senadora”.


O presidente da CPI teve de intervir: “Ontem [terça-feira] eu fiz esse apelo para vossa excelência para que a gente pudesse dar [a palavra] a pedido das mulheres. Mas no teor do regimento, nós estamos, sim, fazendo uma concessão neste momento. E não é uma concessão porque elas são mulheres. É uma concessão porque elas têm uma representatividade igual à nossa”, completou.


“E não é concessão, é compensação”, acrescentou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).


SEM VAGAS 


As investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, iniciada em 27 de abril, vêm sendo conduzidas exclusivamente por senadores homens.


Isso ocorre porque os partidos não indicaram senadoras para nenhuma das 18 vagas – entre titulares e suplentes – na comissão que apura "ações e omissões" do governo federal durante a pandemia e o uso dos recursos federais enviados a estados e municípios.


Mesmo sem estas vagas, a bancada feminina conseguiu – por um acordo dentro da comissão – com que uma representante do grupo possa fazer perguntas aos convidados e convocados durante a investigação.

Senadores governistas questionam a concessão que faz com que elas sejam as primeiras a falar após o relator "passando na frente" dos titulares. 


A regra de ter que esperar todos os membros falarem antes de fazer perguntas vale pra todo senador que não for integrante da comissão. Com G1.

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