A Assembleia Legislativa intermediará o diálogo entre os servidores estaduais de diversas categorias e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, quanto à negociação salarial, tendo em vista que em breve o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deve enviar o projeto do percentual de reajuste, pela chegada da data-base.
A decisão foi tomada durante sessão plenária desta quinta-feira (25), com a criação de uma comissão de deputados, após pedido do Fórum de Servidores.
Farão parte da comissão os deputados: Cabo Almi (PT) e Lidio Lopes (PATRI), como titulares do Bloco G9, sendo Pedro Kemp (PT) e Jamilson Name (PDT) suplentes; representando o Bloco G10 foram indicados como titulares os deputados Gerson Claro (PP) e Capitão Contar (PSL), sendo Lucas de Lima (SD) e João Henrique (PR) suplentes; e ainda o deputado Professor Rinaldo (PSDB) como titular do Bloco do PSDB, com Felipe Orro (PSDB) na suplência.
Representando os servidores, Alexandre Bueno discursou sobre a desigualdade na gestão estadual de gastos públicos em relação ao pagamento de servidores. “Para o salário do governador foi aprovado um aumento de 16.38%. O salário do governador de R$ 30.400,00 aumentou para R$ 35.400,00, o dos secretários subiram de R$ 24.000,00 para 28.000,00. E nós estamos aqui hoje discutindo para não retirarem R$ 100 ou R$ 200 dos nossos pagamentos”, comparou Bueno, pedindo ainda acompanhamento mais rígido das comissões que analisam a LOA (Lei Orçamentária Anual).
Para Bueno, o Estado tem arrecadado o suficiente para garantir os direitos pleiteados. “No primeiro bimestre já arrecadamos 25% da previsão de arrecadação conforme a LOA. Um aumento de 3.74% em comparação com a arrecadação de 2018. Uma média de mais de R$ 46 milhões por mês em 2019”. Bueno ainda comentou o aumento do número de comissionados.
“De outubro a dezembro, o governo aumentou os cargos de comissionados. Por que não pode dar aumento para as categorias e pode continuar contratando?”, questionou o servidor ao ocupar a tribuna.
Segundo Bueno, tem servidores efetivos ganhando menos que cargos comissionados.
“O aumento da folha de comissionado gira em torno 40% de outubro pra cá. A incorporação do abono ao salário custaria R$ 6 milhões para o Estado e dizem que não é possível, mas aumentar R$ 9 milhões para os altos salários foi possível. Sendo que quem toca a máquina do governo somos nós. Nós somos quem tocamos a Saúde, a Segurança”, argumentou o representante, pedindo diálogo com os deputados e apoio à causa dos trabalhadores estaduais.
O plenário estava lotado de servidores, que trouxeram cartazes para protestar sobre a retirada do abono salarial. O presidente da Casa de Leis, deputado Paulo Corrêa (PSDB) pediu a compreensão de todos. “Nosso intuito é colaborar com as negociações e chegar a um consenso, mas precisamos ter calma”, afirmou.