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Investigações comprovam que Olarte comandou propina na Câmara da capital

Em depoimento, presidente do Legislativo afastado identifica Goiano.Justiça afastou Olarte e Mario Cesar da prefeitura e Câmara em MS

28/08/2015 - 06h53

Da redação 

Com G1 MS

Gilmar Olarte (Foto: Divulgação )

Em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o presidente afastado da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB), identificou o “Goiano” que aparece várias vezes em escutas da operação Lama Asfáltica. Segundo o peemedebista, o personagem é o ex-prefeito afastado da capital sul-mato-grossense, Gilmar Olarte (PP).


De acordo com o Gaeco, Goiano foi fundamental na compra de votos para a cassação do então prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014.


A produção da TV Morena tentou entrar em contato com o prefeito afastado Gilmar Olarteque não atendeu às ligações, conforme o Portal G1.


O G1 também tentou entrar em contato com o vereador Mario Cesar, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. A assessoria do presidente da Câmara também não atendeu às ligações.

Em uma interceptação telefônica, o empresário João Amorim faz as contas de quantos votos esse tal 

Goiano conquistou.


Fabão: O Goiano, ontem, me garantiu, me garantiu que fechou o pastorzinho, aquele, da Cruz, lá.

João Baird: Certo. Que que se acha que dá?


Fabão: Todo mundo faz a conta de 22.


João Baird: Hum hum.


Fabão: A minha conta pode ser 23. Podendo chegar a 24.

João Baird: É, né?


Para o MPE-MS (Ministério Público do Estado), as investigações apontam esquema para cassar o pepista com participação dos nove vereadores investigados.


Diante dos fatos, o MP vai pedir ao Legislativo Municipal abertura de procedimento para avaliar a quebra de decoro parlamentar dos suspeitos, que pode levar à cassação.


Afastamento


Olarte e Mário César foram afastados dos seus cargos na manhã de terça-feira (25), em razão da suspeita de corrupção ativa e passiva na votação da Câmara que cassou o mandato do ex-prefeito Alcides Bernal, em 12 de março de 2014.


O afastamento dos dois é um desdobramento da Operação Coffee Break, do Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual e foi determinado pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do TJ-MS, a pedido do MP.


Volta


Bernal foi reconduzido ao cargo de prefeito após decisão do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Sendo uma liminar, o mérito ainda será julgado, mas não tem data definida. Ele ficou um ano e cinco meses após ter o mandato cassado pela Câmara.


Nesta quinta-feira (27), o pepista ocupou o gabinete no Paço Municipal. “Campo Grande está quebrada”, afirmou ao entrar na prefeitura.


Cassação


Bernal teve o mandato cassado em 12 de março de 2014. Dos 29 vereadores de Campo Grande, 23 votaram a favor da cassação de Bernal por irregularidades em contratos emergenciais. Seis foram contra. Com isso, o então vice-prefeito Gilmar Olarte assumiu o comando do Executivo do município.


No dia 15 de maio de 2014, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, suspendeu o decreto de cassação e concedeu liminar para volta dele à chefia do Executivo municipal. Na madrugada do dia 16 de maio de 2014, o TJ-MS acatou recurso da Câmara e cassou a liminar que determinava a volta de Bernal ao cargo de prefeito.


Desde então, a briga passou por várias instâncias da Justiça, chegando até ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).


Crise política


Na manhã de terça-feira, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, e o presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar, foram afastados dos seus cargos em razão da suspeita de corrupção ativa e passiva na votação do Legislativo que cassou o mandato do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), em 12 de março de 2014.


O vice-presidente da Câmara, Flávio César (PT do B), chegou a anunciar que assumiria a chefia do Executivo durante pronunciamento. Entretanto, na tarde desta terça-feira, por 2 votos a 1, os desembargadores da 1ª Câmara Cível do TJ-MS determinaram a volta de Bernal à chefia do Executivo campo-grandense.

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