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João Amorim e Egídio Comin são pegos em grampo que revela negociata

Diretores da Proteco e da Egelte Engenharia brigam por obra do Aquário do Pantanal 

23/07/2015 - 19h55

Da redação 

Com G1MS

Aquário do Pantanal (Foto: Divulgação )

Gravações telefônicas feitas com autorização Justiça revelam que a Egelte Engenharia, que ganhou a licitação para construir o Aquário do Pantanal, foi forçada a subcontratar a Proteco Construções para executar a obra. 


Dois meses depois que a Proteco assumiu a construção, o dono da empresa, João Amorim, e o diretor comercial da Egelte, Egídio Vilani Comin, ainda negociavam e pareciam não se entender em relação aos valores, conforme reportagem do MSTV 2ª Edição desta quinta-feira (23).


A TV Morena entrou em contato com o advogado de João Amorim, com Egídio Comin e no gabinete do conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Osmar Jeronymo, mas não obteve retorno. O advogado de Edson Giroto, Valeriano Fontoura, disse que até agora não teve acesso ao inquérito.

Egídio Comin: Eu acho que o bom era a gente dar uma sentada com o [Edson] Giroto lá e matar esse assunto, lá.


João Amorim: Ô Egídio, eu desisto. Na boa, não tem condições, Egídio. Nós vamos ficar de conversa e não resolve esse troço...


Egídio: Vamos arredondar, tá muita conversa.


João: O Egídio, que arredondar? Nós estamos com um problema aí, que tá aí um milhão na conta para passar, um milhão e setecentos para passar para esses caras. Vai dar problema pra nós, toda hora é uma coisa, Egídio. Todo dia é uma desculpa... Pô, eu confiei em você e botei o dinheiro na tua conta. Eu confiei, tá aí. Agora você não paga o que tem que pagar, está me exigindo dinheiro, concordei hoje, ó simultâneo, beleza. Nós não vamos acabar essa novela, egídio, pelo amor de Deus. Que que é isso?

Egídio: E joão, e já mais uma, eu com quinhentos eu não resolvo lá...


João:  Você pega o dinheiro, usa, me pressiona, mas rapaz, perdemos tempo ontem de conversar de novo. Perdemos tempo, egídio. Conversamos ontem, quinhentos resolve? Beleza. Então vamos fazer simultâneo, pronto, hoje não resolve mais. Ah, tá louco, Egídio. Você vai me desculpar, mas não dá para ser assim.


Já são quase dois anos de atraso. No início, o custo seria de R$ 84,7 milhões e o atual governo já fala em gastar, no total, R$ 230 milhões para terminar o Aquário e entregar somente em 2016. Na tarde desta quinta-feira, o governo do estado suspendeu o contrato e os pagamentos à Proteco após recomendação do MPF (Ministério Público Federal).


Conforme relatório da Polícia Federal, João Amorim tinha acesso direto a integrantes do alto escalão do governo e queria forçar a Egelte a subcontratar a Proteco, empresa dele, para executar a obra. Em fevereiro de 2014, ele conversou sobre isso com Osmar Jeronymo, então chefe da Casa Civil.


João: Aquelas ordens direta, nós chegando, falamo junto com ele, porque ele não tem como escapar.... porque nós tamo fazendo todo o cerco. Não tem problema. Ele vai ficar preso na gaiola.


Osmar: É, mas ali se ele não assinar, você não tranca ele, aquele pagamento.


João: Mas não tem problema, faz direto. Ele assina, mas não sai lá de cima. Faz administrativo.... A gente faz autorizar.


Osmar: E você acha que consegue entrar dentro da obra quando?


João: Osmar, eu acho que logo depois do carnaval, entra.


Segundo o delegado regional de crime organizado da PF, Antonio Knoll, essa assinatura seria fundamental para a subcontratação da empresa de João Amorim.


Dois dias depois de conversar com Osmar Jeronymo, o empresário João Amorim ligou para Edson Giroto, então secretário estadual de Obras, para dizer como estavam as negociações.


João: Eu tô seguindo as coisas aí do Aquário.


Giroto: Hum


João: O Egídio é dificilzinho, viu Giroto.

Giroto: É!


João: Os papéis ainda não saíram, né.


Giroto: Não. Parece que empenha hoje e publica sexta-feira à noite.

João: Ô Giroto, eu acho que é importante fazer tudo simultâneo, viu? O aditivo deles...

Giroto: Não. Vai fazer simultâneo, João.


O chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), João Paulo Barbieri, disse que montou uma força-tarefa para analisar documentos apreendidos na operação e explica que, com a entrada da Proteco na obra, o orçamento também aumentou.

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