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Presidente da CPI do Cimi diz que índios não invadem terras por vontade própria

Mara Caseiro sugere que indígenas são incitados por “forças organizadas” que estimulam esse tipo de ação.

26/11/2015 - 14h08

Willams Araújo

Mara Caseiro durante discurso na tribuna (Foto: Patrícia Mendes)

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga suposta interferência do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) nos casos de invasões de fazendas produtivas em Mato Grosso do Sul, disse que a maioria dos índios não se apropria das terras por vontade própria, mas sim estimulada por forças organizadas. 


Em discurso na tribuna da Casa, Mara leu carta escrita pela produtora rural Roseli Ruiz Silva, proprietária da fazenda Barra, invadida desde 1998 no município de Antônio João. Na correspondência, endereçada aos integrantes da CPI do Cimi, ela relata todo o histórico de enfrentamento com os indígenas pelas terras.


No documento, Roseli afirma que a fazenda Barra não é e nunca foi considerada território tradicional indígena. Mesmo assim, os indígenas estão buscando “justiça com as próprias mãos”, tomando posse das áreas mediante “exercício arbitrário das próprias razões”, ou seja, utilizando de violência e depredação do patrimônio.


Em 22 de agosto deste ano, conforme relato da produtora, o conflito se agravou com a invasão de outras propriedades da região e muita violência, sobretudo com os moradores do distrito de Campestre, que acabaram expulsos do local.


Diante do relato, que justifica a convocação de Roseli para depor na CPI do Cimi somente após o recesso parlamentar, Mara Caseiro apelou novamente ao governo federal para que reenvie tropas do Exército ao local de conflito.


“Mais uma vez faço um apelo à nossa presidente Dilma, ao nosso ministro da Justiça, pois neste fim de ano há recesso nos poderes e o cumprimento da lei fica ainda mais complicado. Precisamos urgente que o Exército retorne às áreas de conflito em Antônio João”, afirmou.


MEIO SÉCULO 


No dia 29, Roseli resolveu voltar para sua casa mesmo invadida, arriscando a própria vida. Encontrou roupas pelo chão, utensílios de cozinha pelo pátio, portas destruídas.


“Os índios mantém-se determinados a avançar. Eu me mantenho determinada a não recuar, não sair de minha casa onde moro há quase meio século”, diz trecho da carta.


Mediante o conflito, o governo federal montou no local uma base do Exército, da Força Nacional e do DOF (Departamento de Operação de Fronteira). 


Mesmo assim, de acordo com a produtora, os índios permaneceram circulando armados pelas fazendas da região, abatendo gado, espalhando armadilhas pelas propriedades, torturando animais e cortando correias de implementos agrícolas, entre outros estragos.


No dia 15 de novembro, o Exército se retirou do local. Roseli alerta que, no fim do ano, os processos de invasão se intensificam. Ela também conta que foi acusada pelo Cimi, índios e indigenistas de ser terrorista e grileira.


“Na semana passada, um jovem de Antônio João foi assassinado com um tiro no rosto, calibre 22, por três jovens indígenas. O mesmo calibre que matou Simeão Vilhalva no dia 29 de agosto, também com um tiro no rosto”, contou. Com informações da assessoria. 



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