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Reinaldo e Cardozo creem em mesa de mediação para resolver os conflitos

Ministro e governador ressaltaram que não haverá tolerância a excessos e qualquer tentativa de romper com a lei e a ordem será coibida

02/09/2015 - 14h35

Notícias/MS

De Campo Grande 

Encontro entre o governador Reinaldo Azambuja, ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, entre outras autoridades (Foto: Chico Ribeiro)

Governo do Estado e Governo Federal propuseram durante reunião realizada na manhã desta quarta-feira (2), na Governadoria, que os conflitos de terra que se estendem há 15 dias no município de Antonio João sejam solucionados em uma mesa de mediação. 


A necessidade de diálogo foi tida como unanimidade entre as diversas autoridades reunidas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ressaltou que a judicialização e o voluntarismo não irão resolver os conflitos na região.


“O Governo Federal insiste na mediação, já que a judicialização e o voluntarismo não irão resolver. Um exemplo é o caso de Tapajós que demorou anos para ter solução ”, disse o ministro se referindo à demarcação de terras no Pará.


O governador Reinaldo Azambuja afirmou durante o encontro que é possível planejar uma pauta que solucione os conflitos. “Precisamos construir uma pauta conjunta, ficando cada um com sua responsabilidade. É preciso discutir e avançar, mas é temos que distensionar a situação para que possamos evoluir nas negociações”, disse o governador.


Propriedades nos municípios de Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã também foram ocupadas pelos índios. A situação mais grave acontece em Antonio João, onde índio Simeão Villalva, 24 anos, da etnia Guarani Kaiowá, morreu  depois de ser atingido por um tiro.


Ministro e governador do Estado ressaltaram que não haverá tolerância de excessos e que qualquer tentativa de romper com a lei e a ordem será coibida. “A incitação à prática de crime não será tolerada, pouco importa se há poder político ou econômico. Já determinamos que a Polícia Federal abra inquérito para apurar a morte do indígena (Simeão). Alguns segmentos acham que a retomada deve ser radicalizada, mas isso é ilegal e não resolve a questão”, disse Cardozo.


Cardozo lembrou ainda o “quase” sucesso da negociação na compra das terras da reserva Buriti, em Sidrolândia.  Em 2013, a fazenda foi palco para a morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, que morreu durante a ocupação das terras. Outro indígena foi baleado e ficou paraplégico.


Após a tragédia, o Governo Federal anunciou a compra da área. Depois de divergências em relação ao valor a ser pago aos produtores, o acordo esteve muito próximo de ser assinado. No entanto, a negociação acabou sendo rejeitada por produtores, conforme lembrou o ministro.


Nesse ano, o governador tentou mediar novo acordo sobre o processo para concluir o pagamento da indenização dos produtores rurais, mas não houve avanço.  “Até mesmo por causa da Buriti, as pessoas podem ter desacreditado na mediação, mas ainda é o melhor”, afirmou Cardozo..

Reinaldo lembrou ainda que o arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, também poderá ajudar fortalecer o diálogo.


As autoridades também se reuniram com produtores e, após o almoço, com as lideranças indígenas.

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