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Rodrigo Janot nega que MP tenha vazado informações sobre Toffoli

Gilmar Mendes, do STF, defendeu apuração de quem vazou informações

23/08/2016 - 18h35

Do G1

Em Brasília 

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot (Foto: Divulgação)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta terça-feira (23) que não houve vazamento de informações do Ministério Público Federal sobre termos da negociação para um acordo de delação premiada entre o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, e o MP.


Reportagem publicada na edição do último fim de semana da revista "Veja" aponta uma suposta citação ao ministro Dias Toffoli, que teria sido mencionado pelo presidente da OAS, Léo Pinheiro, nas negociações com procuradores do Ministério Público de uma eventual delação premiada do empreiteiro.


"Posso afirmar, peremptoriamente, que esse fato não foi trazido ao Ministério Público. Esse pretenso anexo jamais ingressou em qualquer dependência do MP. De vazamento não se trata. Ou se trata de fato que meio de comunicação considerou por bem publicar ou de alguém que vendeu por verdadeiro esse fato", disse Janot em reunião do Conselho Nacional do Ministério Público.


O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu nesta terça-feira uma investigação sobre os próprios investigadores da Operação Lava Jato e disse que os procuradores da República precisam calçar "sandálias da humildade" e não podem se achar o "ó do borogodó" por receberem atenção da imprensa.


Nesta segunda-feira (22), a Procuradoria Geral da República informou que suspendeu as tratativas para um acordo de delação premiada com Léo Pinheiro. O empresário já tinha assinado um termo de confidencialidade, que é a fase inicial da delação, mas ainda não havia firmado o acordo.


"Declarei encerradas as negociações, isso não cheira mal, cheira bem. É uma maneira de MP impor sua atividade institucional. O MP age de forma cristalina, nada escondo e nem protejo a ninguém. Inventaram estelionato delacional com intuito de pressionar MP a aceitar acordo que não seja bom", disse Janot.


O empreiteiro já foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Janot ressaltou que não há, em dependências do MP, qualquer anexo que trate do episódio relatado pela revista "Veja".


O chefe do Ministério Público chegou a classificar de "estelionato delacional" o vazamento das informações para, segundo ele, dar a entender que se tratavam de detalhes oferecidos no acordo de delação premiada.


"Não vejo como partirmos do pressuposto – porque o fato não é verídico – de uma presunção de delinquência dos agentes públicos, simplesmente porque o fato não existe, não existiu, esse anexo jamais chegou a qualquer dependência do MP, seja em Curitiba ou Brasilia. É quase um estelionato delacional", declarou.

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