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Temendo desgaste com prisão de Delcídio, PT pode rever planos em 2016

Senador foi preso acusado de atrapalhar investigação da Lava Jato  

27/11/2015 - 15h31

Willams Araújo

Zeca teme desgaste com prisão de Delcídio (Foto: Divulgação )

Temendo maior desgaste ainda com a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), as principais lideranças do PT já pensam até em rever seus planos com vistas às eleições municipais do ano que vem em Mato Grosso do Sul.


O senador foi preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (25), acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.


O caso teve tanta repercussão que a executiva nacional do PT anunciou que irá discutir na próxima semana o processo de expulsão do líder do Governo no Senado.


Segundo integrantes da cúpula do partido, a tendência é pela desfiliação do parlamentar sul-mato-grossense.


Existem dois ritos em análise: o afastamento sumário ou a expulsão apenas após toda a tramitação de um processo no conselho de ética.


No plano estadual, a prisão de Delcídio pode até desestimular a possível candidatura do deputado federal Zeca do PT, ex-governador do Estado, à Prefeitura de Campo Grande, ano que vem.


Principal liderança do partido no Estado, o ex-governador havia manifestado a sua intenção de concorrer à sucessão do prefeito Alcides Bernal (PP) em 2016. No entanto, já pensa em rever seus planos.


Além de lamentar o envolvimento de seu companheiro de partido em prática de corrupção, Zeca deixou evidente que o caso deve refletir na instância estadual, onde o PT tem pretensões de disputar prefeituras, principalmente na Capital.


“É lamentável porque impacta em todo o PT de Mato Grosso do Sul”, analisou, em entrevista ao Midiamax, referindo-se a gravação na qual Delcídio oferece um plano de fuga ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e uma mesada de R$ 50 mil por mês à família do delator da Operação Lava Jato para que ele não citasse seu nome da delação premiada.


Delcídio também cita nomes de vários ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), com os quais teria conversado a fim de se livrar de envolvimento nas acusações sobre corrupção no governo da presidente Dilma Rousseff.


Para a polícia, Delcídio confirmou que é a voz dele que está na gravação. Ele alegou, no entanto, ser inocente e negou que tenha oferecido mesada de R$ 50 mil mensais para que Cerveró evitasse fazer acordo de delação premiada.


Zeca do PT acredita que a situação do senador é muito complicada. “Dificilmente o Delcídio escapa dessa. Ele comprometeu ministros do STF, falando de conversas e colocou todo mundo contra ele”, acrescentou, em entrevista na Capital.


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA


A prisão do petista também repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado, onde vários deputados se pronunciaram a respeito do assunto, na sessão de quinta-feira.


O deputado estadual José Carlos Barbosa (PSB), o Barbosinha, ocupou a tribuna para defender uma profunda reflexão sobre os princípios do exercício da atividade política no Brasil e as bases da democracia.


Presidente da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) da Casa, Barbosinha declarou-se perplexo com os últimos acontecimentos no cenário nacional e citou a prisão de Delcídio, determinada pelo STF e aprovada pelo plenário do Senado.


“A ordem de prisão referendada pela 2ª Turma do STF e mantida pelo plenário do Senado Federal foi baseada no princípio de estado de permanente flagrância, sobre o qual - assinalou o deputado - não há consenso entre os juristas”.


Barbosinha destacou a tarefa dos parlamentares estaduais. "Nos cabe elevar o padrão da política", ressaltou.


O deputado também observou que "no estado democrático de direito, não há saída que não passe pela política e pelos partidos. “Vivemos numa democracia".


Ele lembrou ainda que o país terá eleições municipais no próximo ano e que é responsabilidade de todos os cidadãos elevar o padrão das escolhas no momento do voto.

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