Temendo uso da máquina em favor de rival, Geraldo quer Murilo fora na disputa

Temendo, talvez, o uso da máquina administrativa em favor de potencial adversário na disputa pela prefeitura de Dourados, o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) sugere que o prefeito Murilo Zauith (PSB) fique fora da disputa. 

Apoiado pelo ex-governador André Puccinelli, principal liderança do PMDB em Mato Grosso do Sul, o deputado quer o caminho livre para poder facilitar a sua campanha rumo à prefeitura douradense. 

Na prática, o deputado teme que o prefeito decida sair às ruas para pedir votos em favor do deputado estadual Barbosinha (PSB), que também tem a simpatia de outras fortes lideranças políticas do Estado, como o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e, quem sabe, até do governador Reinaldo Azambuja na eventualidade de o PSDB não lançar candidatura própria. 

O nome lembrado pela cúpula regional do PSDB é o do ex-deputado federal Marçal Filho, outro forte concorrente de Geraldo na briga pela cadeira ocupada por Murilo. 

De acordo com nota distribuída pela assessoria do parlamentar nesta quarta-feira (10), Geraldo avalia como correta a decisão de Murilo Zauith, anunciada até o momento, de manter-se neutro e não apoiar nenhum candidato a prefeito nas eleições de outubro próximo. 

O deputado considera, ainda, equivocada a posição de alguns deputados estaduais que vêm pressionando o prefeito douradense a apoiar um dos futuros candidatos a sua sucessão em Dourados.

O argumento de Geraldo Resende é a de que Murilo Zauith foi eleito em 2012 em uma ampla coligação, composta por dezesseis partidos (PRB / PDT / PT / PTB / PMDB / PSL / PR / PPS / DEM / PRTB / PSB / PV / PRP / PSDB / PSD / PC do B /), os quais compõem a atual administração, alguns até comandando algumas secretarias. “Já que alguns desses partidos podem ter candidato a prefeito, confrontando-se portanto na disputa, o prefeito tem que manter-se imparcial, a fim de retribuir a lealdade que recebeu dessas agremiações”, salienta o deputado.

Geraldo Resende lembra que o PMDB é um dos partidos que formam a atual administração com o vice-prefeito Odilon Azambuja e as secretarias municipais de Saúde, Planejamento e Administração, devendo ter candidatura própria para prefeito. Outros partidos que compõem a gestão atual, como o PSB, PSDB, PR e PT também cogitam em lançar candidatura própria.

“Como o prefeito Murilo apoiaria, por exemplo, um nome do PMDB, se outro partido que o apoia atualmente também poderá lançar candidato?”, questiona Geraldo Resende. “Por isso, considero correta a posição que o prefeito tem adotado, que é a de manter-se em neutralidade na eleição que escolherá seu sucessor”.

Na avaliação do parlamentar peemedebista, é possível, no entanto, que a aliança que elegeu Murilo Zauith possa ser repetida, pelo menos parcialmente, na eleição deste ano. Segundo ele, tem havido conversações com vários partidos, alguns dos quais anunciam seus pré-candidatos, mas que poderão, nos próximos meses, formatar uma aliança que contenha grande parte das agremiações que elegeram o atual prefeito.

Segundo Geraldo Resende, o prefeito Murilo Zauith tem dito a diversos interlocutores que a sua principal meta é a de concluir sua administração e entregar a Prefeitura em condições melhores do que aquelas em que a encontrou. 

“O prefeito tem afirmado que quer entregar todas as obras que estão andamento, bem como está trabalhando para deixar as contas do Município em dia. Essa é uma atitude bastante louvável, que seguramente reverterá em benefícios para a população, não apenas agora, mas também futuramente”, conclui Geraldo.