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Na Suíça, procuradores tentam trazer US$ 23 milhões desviados da Petrobras

25/11/2014 - 11h22

Correio Brasiliense

Atrás de tentar trazer de volta ao Brasil, pelo menos, US$ 23 milhões desviados da Petrobras, procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Lato desembarcam hoje na Suíça. Lá, eles vão se encontrar com autoridades do Ministério Público local. 

Será uma “diligência geral” nas palavras do procurador da República Deltan Dallagnol, que, ao lado do colega Orlando Martello, vai buscar documentos e checar a existência de contas bancárias do ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato Duque e do lobista Fernando Baiano, que atua para o PMDB de acordo com o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa.

Como mostrou o Correio na sexta-feira, delatores indicaram a existência de pelo menos US$ 189 milhões (R$ 482 milhões na cotação de ontem) no exterior em contas de Paulo Roberto, Duque, Baiano e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco. Entretanto, isso não quer dizer que todo o valor será obtido logo. 

A maior esperança da força-tarefa é obter os US$ 23 milhões que Paulo Roberto diz ter recebido da construtora Odebrecht como propina — a empreiteira nega os pagamentos. Isso porque ele fez acordo de delação premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal em que autoriza a transferência desse dinheiro de volta para o Brasil. A conta bancária específica para esse objetivo já foi criada. “A gente vai trazer já. Se tudo der certo, daqui a uma semana a gente tem novidade”, disse Deltan ao explicar a viagem.

Quanto aos demais personagens, o processo é mais longo. O objetivo é ao menos identificar as contas e obter documentos sobre elas. Uma das contas que será procurada é a do executivo da Toyo Setal Júlio Gerin Camargo. 

Ele também fez acordo de delação premiada e passou a denunciar outros participantes do cartel da Petrobras e funcionários e operadores que, segundo o executivo, receberam propinas. 

Parte dos documentos não poderá ser trazida ao Brasil e usada como prova na Operação Lava-Jato. Os procuradores do Ministério Público na Suíça não aceitam compartilhar provas com rapidez. 

É preciso fazer um processo mais lento e burocrático. Mas Deltan explicou que a viagem não será perdida. Mesmo sem cópias anexadas ao processo criminal, a informação terá utilidade para a Polícia Federal e a procuradoria. “Se a pessoa não falar que tem conta lá, eu vou saber que ela está mentindo.
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