O Ministério da Saúde em conjunto com a Secretaria de Direitos Humanos e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial lança nesta terça-feira (25), em Brasília, uma campanha para incentivar denúncias de atos de racismo no SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o ministério, a campanha pretende oferecer à população um canal para denúncias de atos de racismo contra usuários e funcionários da rede pública de saúde.
A campanha está sendo lançada pouco depois do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e não casos pontuais de racismo, segundo o ministério.
Casos de racismo veem ganhando grande repercussão no país, dentro e fora dos hospitais. No ano passado, médicos cubanos do programa Mais Médicos foram hostilizados por profissionais brasileiros.
O médico cubano Juan Delgado foi chamado de "escravo". Depois de ser hostilizado, o médico acabou se tornando um símbolo do Mais Médicos.
Durante o anúncio oficial do programa, Alexandre Padilha, então ministro da Saúde, disse que o país não iria tolerar o "corredor da xenofobia".
O africano Souleymane Bah, 47, primeiro paciente internado com suspeita de ebola no Brasil, teve medo de enfrentar o preconceito na volta para Cascavel, no Paraná, onde foi internado com suspeita de estar infectado com o vírus. Há relatos de discriminação aos imigrantes negros na região, mesmo os que não vinham da África.
No futebol, o caso do goleiro Aranha ganhou repercussão internacional. O jogador do Grêmio foi chamado de "macaco" por torcedores e revidou a ofensa.
Três destes torcedores foram identificados cometendo injúria racial. Porém, a pena de ambos foi suspensa na segunda-feira (24).