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Com reintegração de posse, dono de áreas patrola casa sem avisar dona

27/07/2014 - 09h29

Com informações do G1

Moradora mostra casa demolida e diz não ter sido avisada (Foto: Ricardo Campos Jr./ G1 MS)
A briga judicial envolvendo terrenos no loteamento Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande, teve um novo episódio nesta sexta-feira (25). A assistente administrativa Edinara Kappeler, 34 anos, diz ter perdido bens quando o imóvel foi demolido pelo comerciante Gilberto Gobbi, que diz ser o dono legítimo da área.

Ele confirmou ao G1 ter contratado máquinas para derrubar as construções e afirma ter em mãos duas decisões de reintegração de posse, uma para o lote 12, onde fica a construção de Edimara, e outra para o lote 2, que também foi demolido e aparentava estar vazio.

A assistente administrativa contesta a informação. Segundo ela, a ordem de despejo era endereçada ao lote que fica aos fundos da casa dela, cuja moradora deixou o loteamento pouco antes da chegada das máquinas.

Para Edimara, Gobbi aproveitou que estava demolindo os demais imóveis e pediu que também fosse colocada abaixo a residência que estava sendo construída por ela.

Situação problema
Edimara confirma que não mora no local, vive de aluguel com os filhos em outra área da cidade enquanto o marido, Gilson Aparecido Oliveira Silva, 32 anos, passa grande parte do tempo nas peças que estava construindo para a família no terreno. “É uma área invadida, mas nós estamos lutando por ela”, diz.

O casal explica que estava no trabalho e por isso a residência estava trancada e vazia quando houve a demolição. Outros moradores os avisaram sobre os danos. “Imagina o desespero. Você chegar estar tudo acabado”, relatou ao G1.

Debaixo do entulho era possível ver uma cama, colchão, algumas roupas e brinquedos. Edimara afirma que no local havia um fogareiro, geladeira, além de material de construção recentemente comprado para terminar a casa.
Segundo ela, quando as paredes vieram abaixo, vizinhos saquearam vigas, fios, madeiras e outros itens. “Só não conseguiram levar mais coisas porque estavam embaixo dos escombros”, relata.

A mulher diz que não entrou com ação na Justiça porque a área já está em litígio em função dos processos abertos por Gobbi e afirma que deseja ver o problema resolvido. “Queria ou que desse causa ganha para nós ou que nos mandasse sair daqui de uma vez”, diz.

Propriedade
Gobbi afirmou ao G1 que inicialmente ajuizou uma ação coletiva para desocupar os lotes que foram invadidos e resolver o problema, mas depois acabou entrando com um processo para cada uma das áreas, que vão sendo analisadas em varas diferentes. “Conforme a Justiça for liberando, eu vou derrubado”.

O comerciante nega ter derrubado três casas. Diz que no lote 12, o mesmo que Edimara diz estar construindo, havia apenas uma residência.

Ele confirma que a notificação sobre a decisão foi feita sexta. Sobre a casa localizada no lote 2, Gobbi diz que a decisão saiu há aproximadamente 15 dias e que o local já estava desocupado.

“Essa casa já estava com um acordo feito com uma tal de Marilene. Fizemos um cadastro dela na Agehab”, completa. Em agosto de 2013, o comerciante tentou retomar por conta própria alguns terrenos na região.
Em nota encaminhada à imprensa, ele diz que é o legítimo proprietário da quadra 22 desde 1998, quando a adquiriu “por instrumento público de compra e venda de espólio”. Ele nega que o local tenha sido obtido por meio de herança.
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