As comissões de Fiscalização Financeira e Controle, a de Relações Exteriores e Defesa Nacional e a de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara aprovaram nesta quarta-feira (23) convite ao ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli para prestar esclarecimentos sobre a operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Ao contrário de convocações, os convites não obrigam as autoridades a comparecer ao Congresso. Por enquanto, ainda não há data prevista para o comparecimento de Gabrielli à Câmara. As comissões que aprovaram o convite farão sessão conjunta para ouvir o ex-presidente da estatal.
O convite pela oposição para que Gabrielli esclareça suas declarações sobre a presidente Dilma Rousseff (PT) e a compra da refinaria.
A atual presidente da estatal, Graça Foster, também deverá ser ouvida pela comissão no próximo dia 30. Ela já falou em uma audiência no Senado na semana passada. O ministro Guido Mantega (Fazenda) também deve ser ouvido no próximo dia 14 de maio sobre o mesmo assunto.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Gabrielli disse que Dilma "não pode fugir da responsabilidade" sobre a aprovação da compra de Pasadena.
Em reação do Planalto, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) reiterou que a presidente aprovou a compra porque não foi informada de cláusulas contratuais que teriam gerado prejuízo a Petrobras.
Um dos autores do convite a Gabrielli, deputado Mendonça Filho (PE), o líder do DEM na Câmara, afirmou que a vinda do ex-presidente da estatal "avança na agenda" de investigações da Petrobras.
Na semana que vem virá a presidente Graça Foster e, logo na sequência, virá o ex-presidente da Petrobras Gabrielli.
Há uma guerra de versões. Cada um com um ponto de vista que é conflitante e a gente precisa esclarecer definitivamente envolvendo a aquisição de Pasadena, que redundou em um prejuízo bilionário (à estatal), disse o líder do DEM.
"O ex-presidente sustenta que foi um excelente negócio e a atual presidente diz que não foi um bom negócio. A presidente Dilma tem uma versão que reforça a da Graça Foster e o Gabrielli desmente a presidente da República.
É muito conflito envolvendo uma operação que foi claramente negativa e nefasta."A compra da refinaria é alvo de investigação da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público por suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas, que questionam o preço da operação.
Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", o ex-presidente da Petrobras está disposto a comparecer à Câmara. Ele teria dito a interlocutores que não tem "por que não ir se for convidado".
Gabrielli defende a aquisição de Pasadena como um bom negócio. Ele já explicou no Congresso a compra da refinaria quando estava à frente da estatal.
Também esteve recentemente reunido com a bancada petista da Câmara para falar do assunto quando voltou a defender o negócio.
Na última terça-feira (15), a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, respondeu a perguntas dos senadores sobre as denúncias envolvendo a estatal.
Durante a audiência no Senado, a executiva admitiu que a compra da refinaria de Pasadena não foi um bom negócio.