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Mercado prevê mais inflação, queda maior do PIB e nova alta dos juros

Previsão de inflação em 2015 vai a 8,25% e de retração do PIB para 1,1%. Economistas preveem alta dos juros para 13,25% ao ano nesta semana

27/04/2015 - 12h31

G1

Mais inflação e um "encolhimento" maior do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, além de uma nova alta na taxa básica de juros da economia brasileira ainda nesta semana. Essas foram as previsões feitas pelo mercado financeiro na semana passada, e divulgadas nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central.

Segundo o BC, a expectativa dos economistas dos é que a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 8,25% – na semana anterior, a taxa esperada era de 8,23% na semana anterior. Para 2016, a previsão dos economistas para o IPCA ficou estável em 5,6%. Para o PIB, a estimativa agora é de queda de 1,1%, ante um recuo de 1,03% na semana anterior.

Se confirmada, a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,25%) atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada na semana passada, por meio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, está em 8,2%. 

A equipe econômica informou que está utilizando as previsões do mercado financeiro em seus documentos.

Inflação pressionada

Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.

Em março, a inflação oficial ficou em 1,32%, depois de avançar 1,22% em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa é a maior desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, e a mais elevada desde 1995, considerando apenas o mês de março.

Produto Interno Bruto

Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro baixaram sua previsão, na semana passada, para uma retração de 1,10%, contra a estimativa anterior de uma queda de 1,03% em 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado manteve sua previsão de alta do PIB em 1%.

No fim de março, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%.

Taxa de juros

Após o Banco Central ter subido os juros para 12,75% ao ano no início de março, o maior patamar em seis anos, o mercado está prevendo uma nova alta de juros nesta semana, quando se reúne novamente o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A estimativa é de que a taxa avance para 13,25% ao ano - um novo aumento de 0,5 ponto percentual.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 recuou de R$ 3,21 para R$ 3,20 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 3,30 por dólar.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 recuou de US$ 4,3 bilhões para US$ 4,17 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 9,95 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 56 bilhões para US$ 57 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte avançou de US$ 58,5 bilhões para US$ 60 bilhões.
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