Os gastos com o aluguel ultrapassam 30% da renda familiar em aproximadamente um quarto dos domicílios alugados no Brasil.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa configura “ônus excessivo” da despesa sobre o orçamento doméstico (a orientação dos especialistas é que o aluguel comprometa de 20% a 25% da renda).
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17) na Síntese de Indicadores Sociais, com informações referentes a 2013.
De acordo com o estudo, as residências alugadas na situação de ônus excessivo (ou seja, com valor do aluguel muito alto para a renda familiar) representam 25,7% do total de domicílios urbanos alugados – e 5,2% do total de habitações urbanas do país.
A proporção é maior na região Sudeste, com 27,7%, seguida pelo Norte, com 25,8% (veja gráfico).
Ônus excessivo do aluguel
Proporção em % de domicílios alugados por região
24,1
23,6
25,8
27,7
22,8
25,7
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Média Nacional
0
5
10
15
20
25
30
Sudeste
●
domicílios com ônus excessivo de aluguel em %:
27,7
Fonte: IBGE
“Um valor de aluguel que corresponda a uma parcela elevada do rendimento domiciliar pode indicar uma situação de vulnerabilidade, na medida em que os gastos com moradia estarão comprimindo a renda disponível para satisfazer outras necessidades da unidade domiciliar, especialmente no caso de famílias de baixa renda”, diz o estudo.
A situação de peso excessivo do aluguel sobre o orçamento familiar é mais comum entre a população de menor renda, segundo a pesquisa.
Das residências com renda inferior a meio salário mínimo por pessoa, 11,6% estão em situação de ônus excessivo do aluguel. Em 2013, em 16,4% dos domicílios urbanos o rendimento era de até meio salário mínimo por pessoa.
O caso também é mais comum entre pessoas que moram sozinhas (9,2%). Em seguida, estão pessoas que criam os filhos sem a presença de um cônjuge (7,2%), sendo mais raro esse fenômeno entre casais que moram juntos com os filhos (3,7%).
A pesquisa mostra também que, considerando as habitações urbanas, o número de imóveis alugados cresceu entre 2009 e 2013 – enquanto o de domicílios próprios se manteve praticamente estável.
No período, a proporção de residências alugadas foi de 17,8% para 20,3%, enquanto a de imóveis próprios passou de 73,5% para 73,6%. Já os domicílios cedidos caíram de 8,6% para 6%.
Saneamento
A pesquisa também levantou dados sobre o saneamento das residências, apontando desigualdade entre as regiões do país.
Domicílios com saneamento
Proporção em %
51,8
51,1
21,2
91,1
67
70,6
Centro-oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Média nacional
0
100
25
50
75
Nordeste
●
residências com saneamento em %:
51,1
Fonte: IBGE
Enquanto 21,2% dos domicílios da Região Norte possuem acesso a abastecimento de água, sistema de esgoto e coleta de lixo, no Sudeste essa taxa é de 91,1%. A média nacional é de 70,6%, considerando domicílios particulares permanentes urbanos em 2013.