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Credit Suisse descarta risco de rebaixamento da Petrobras

Rating da petroleira deve se agravar no caso de a nota do País ser reavaliada, disse o banco

25/11/2014 - 17h59

Terra

Agências Moody's, Standard & Poor's e Fitch têm notas para a Petrobras iguais às do crédito soberano do Brasil, lembrou a analista do Credit Suisse (Foto: Foto: Getty)
O banco Credit Suisse descarta possibilidade imediata de rebaixamento da nota da Petrobras pelas agências de avaliação de risco, devido à relação da companhia com o governo, mas o recente escândalo de corrupção e o adiamento da divulgação de resultados do terceiro trimestre reforçam dúvidas sobre a capacidade da companhia de acessar mercados de dívida.

"Não temos preocupações imediatas de downgrade", disse a chefe de pesquisa de crédito corporativo em mercados emergentes do Credit Suisse, Jamie Nicholson-Leener, em uma teleconferência com investidores nesta terça-feira.

Ela lembrou que as três principais agência de classificação - Moody's, Standard & Poor's e Fitch - têm notas para a Petrobras iguais às do crédito soberano do Brasil, indicando ainda que a situação de rating da petroleira se agravaria no caso de a nota do País ser reavaliada.

"No entanto, seria um problema bem maior caso o Brasil seja rebaixado e se o escândalo de corrupção atrasar seu foco em iniciativas econômicas, se criar agitação social, se gerar mais pressão de recuo na economia do Brasil. São todos assuntos muito relevantes que poderiam afetar o rating do Brasil e consequentemente os da Petrobras", acrescentou a analista.

A agência Moody's disse em meados de novembro que o atraso na divulgação dos resultados trimestrais da Petrobras, em meio a denúncias de corrupção em contratos da estatal, não tem impacto, no curto prazo, no rating de crédito da companhia.

A analista do Credit Suisse observou ainda que a Petrobras fez duas emissões de títulos de dívida em 2014 até o momento, somando o equivalente a US$ 13,6 bilhões, maior nível dos últimos anos.

"A principal questão que vemos atualmente com os investidores é o atual apetite para uma grande nova emissão. Sabemos que a Petrobras tem uma grande necessidade de recursos e de fluxo de caixa em 2015 e vai ter que acessar o mercado", disse Jamie.

Segundo ela, outros fatores, como a incerteza sobre a economia brasileira, somam-se às dúvidas sobre o interesse do mercado de dívida em títulos da estatal brasileira.

"Há muitos drivers de mercado que vão influenciar 'se' e 'quando' a Petrobras vai conseguir acessar o mercado de dívida. Agora, com os escândalos de corrupção prejudicando a capacidade da empresa de produzir relatórios auditados, há um novo nível de incerteza", disse.

Em conferência com analistas na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, tentou tranquilizar o mercado, que teme que, por conta do atraso no balanço do terceiro trimestre, a empresa venha a ser impedida de acessar mercados de bônus nos Estados Unidos, onde a companhia toma emprestada a maior parte do dinheiro para suas operações.

Ele disse na oportunidade que a Petrobras tem trabalhado com um caixa volumoso, o que dá à companhia um prazo superior a seis meses sem a necessidade de acessar mercados de dívida.
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