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Veja os 'escorregões' de Dilma durante sabatina

29/07/2014 - 08h15

Uol

Presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, durante sabatina (Foto: Divulgação)
Durante sabatina realizada na segunda-feira (28) a presidente Dilma Rousseff (PT) foi imprecisa ao falar de sua rejeição, ao citar dados do Minha Casa Minha Vida e ao tratar da atuação da Polícia Federal. 

A sabatina ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente em Brasília, e foi realizada pelo UOL, "Folha de S. Paulo", "SBT" e "Jovem Pan".

Questionada sobre o crescimento de sua taxa de rejeição entre eleitores, Dilma afirmou que seus antecessores passaram por situação parecida neste mesmo período em eleições anteriores. 

"Se você comparar, vou pegar os outros presidentes recentes, eles tinham  taxas de rejeição bem parecidas nessa época da campanha eleitoral."

A rejeição de Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em 17 de julho, era de 35%. No mesmo mês de 2006, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era rejeitado por 31% dos eleitores. Em julho de 2002, a rejeição de Lula era de 32%, de acordo com o Datafolha. 

Já Fernando Henrique Cardoso tinha 21% de rejeição em 1998 e 16% em 1994, sempre considerando pesquisas feitas pelo Datafolha em julho. Em 2010, a taxa de rejeição de Dilma era de 20%.

Procurada pela reportagem, a assessoria da campanha de Dilma afirmou que "a taxa de rejeição em patamar superior a 30%, nesse mesmo período, é uma realidade na história recente do país".

Minha Casa, Minha Vida

Quando perguntada sobre a rejeição entre eleitores do São Paulo, a presidente listou uma série de números relacionados a ações do governo federal no Estado. 

A mandatária, no entanto, inflou dados do Minha Casa, Minha Vida em São Paulo. "Nós fizemos 600 mil casas em São Paulo", afirmou Dilma.

Dados do Ministério das Cidades repassados hoje ao UOL mostram que, na verdade, foram contratadas 624.827 unidades habitacionais no Estado de São Paulo. 

O número de moradias entregues à população, entretanto, é menos da metade do que foi contratado: 304.622 unidades.Corrupção e Polícia Federal

Ao ser indagada sobre a corrupção, a presidente citou medidas tomadas pelo governo federal para combater a prática, entre elas mudanças na Polícia Federal. "Transformamos a prática da Polícia Federal, a prática investigativa, em uma prática respeitada. E tratamos essas investigações como uma política de Estado."

Números do desempenho da PF, no entanto, vão na contramão da afirmação de Dilma. Reportagem publicada pelo UOL em fevereiro deste ano, com base em dados do Siscart (Sistema de Controle de Atividades Cartorárias), programa em que delegados federais de todas as unidades da PF no país incluem informações sobre as investigações, mostra que houve uma queda de 75% no número de indiciamentos por crimes de colarinho branco na gestão Dilma.

Em 2010, último ano da gestão Lula, a PF indiciou 3.259 pessoas por corrupção, peculato (desvio de recurso), lavagem de dinheiro, uso irregular de verbas públicas, concussão, crimes de responsabilidade do prefeito e crimes contra o sistema financeiro.  Já em 2013, o número de indiciamentos por estes mesmos crimes caiu para 857.

A assessoria da campanha de Dilma afirmou, em resposta, que a PF é "uma instituição de Estado, com atuação autônoma e republicana no combate à corrupção". 

"Entre 2003 e 2010, (a PF) realizou uma média de 159 operações por ano. No governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) foram 238 operações por ano. Resultado de todos os investimentos em recursos humanos e inteligência feitos nos últimos 12 anos", diz a nota enviada à redação.

Perguntas não respondidas

Além dos equívocos a presidente preferiu não responder algumas perguntas, entre elas sobre se, caso seja reeleita, irá trocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. 

"Nós estamos em plena campanha eleitoral. Não é bem a hora de a gente discutir ministério", disse. "Eu definitivamente não discuto o meu ministério, até porque eu sou supersticiosa."

Instada a admitir algum equívoco ou algo a se corrigir em seu governo, a presidente também evitou falar em possíveis erros. 

"Mudança não se faz porque errou. Você faz mudança porque tem sempre de querer alterar e melhorar o que você faz."
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