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Em jingles, Dilma cai no forró, Aécio prefere samba

21/08/2014 - 13h49

Terra

Dilma e Aécio em cena de seus respectivos clipes (Foto: Reprodução / TV)
Se a propaganda é a alma do negócio, uma música eficiente pode trazer resultados ainda melhores.
 
No caso do programa eleitoral na TV, ter um bom jingle faz parte do jogo. Marqueteiros e compositores tentam emplacar o ‘efeito chiclete’: fazer a canção não sair da cabeça do telespectador-eleitor.
 
Como esquecer o “Lula lá, brilha uma estrela…” lançado na campanha do petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, e o “Ey-Ey-Eymael! Um democrata cristão…”, tocado há mais de 20 anos para anunciar José Maria Eymael, do PSDC?
 
Neste ano, a equipe de Dilma Rousseff e a de Aécio Neves optaram por ritmos diferentes para o jingle principal.
 
A campanha pela reeleição da candidata do PT aposta em ‘Coração Valente’, canção em ritmo de forró. Escolha de ritmo mais do que justificável para representar (e atrair) o importante universo de eleitores do Norte e Nordeste.
 
É nas duas regiões que Dilma conta com maior influência de seu principal cabo eleitoral: o ex-presidente Lula.
 
Além disso, nos últimos anos o forró conquistou um público jovem, de classe média, em grandes centros urbanos, como São Paulo — onde, aliás, há milhões de migrantes nortistas e nordestinos e seus descendentes.
 
A letra do jingle petista faz referência ao período no qual a candidata à reeleição combateu a ditadura militar e foi presa política: “Você nunca vacilou em lutar / Em favor da gente”.
 
O refrão insiste no perfil destemido da presidente: “Dilma, coração valente / Força brasileira / Garra desta gente”.
 
O clipe apelou ao modismo das selfies e mostra Rousseff sendo agarrada por populares ávidos em fazer uma foto ao lado dela com o celular.
 
Ao mostrar pessoas baixando o jingle pelo smartphone, a campanha se alinha na tendência de tentar convergir o material exibido na TV com as novas tecnologias digitais.
 
A imagem-símbolo do vídeo da campanha petista é uma foto estilizada, estilo 3×4, da época em que Dilma fazia militância política.
 
Aécio Neves, mineiro que mora no Rio e incorporou aspectos da cultura carioca, também ganhou um jingle na levada do forró, no qual é descrito como ‘cabra bom’.
 
Porém o carro-chefe do candidato do PSDB é ‘Bem-vindo’, uma canção híbrida — samba com influência de outros gêneros — com o refrão ‘Aé, Aé, Aé, Aécio / Tá vindo’.
 
A composição parece ter endereço certo: os ouvidos dos eleitores do sudeste, região que concentra o maio índice de intenções de voto no tucano. Há uma versão em ritmo de axé.
 
A letra tenta conquistar os indecisos e aqueles eleitores insatisfeitos com a gestão atual: “Você que quer dar um jeito / Tirar esse nó do peito / Pra mudar, pra fazer, pra crescer, pra somar / Pode vir, você é bem-vindo”.
 
O clipe oficial exibe imagens captadas nos quatro cantos do país. Aécio aparece nos mais variados ambientes e situações.
 
Desde torcendo pela Seleção de futebol até usando chapéu de palha entre populares, vestindo um quimono no meio de descendentes de orientais, assistindo à uma apresentação de dança afro e sendo levantado pelas pernas por um eleitor.
 
Resta conferir se os jingles de Dilma e Aécio se tornarão hit, como planejaram os marqueteiros de campanha.

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