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Vídeo desqualifica testemunhas sobre a queda do avião de Campos

21/08/2014 - 13h37

Terra

Eduardo Campos (Foto: Foto: Daniel Ramalho / Terra)
Como avaliar se um entrevistado diz a verdade, mente ou cria uma fantasia, ainda que sem intenção dolosa?
 
Essa questão se tornou ainda mais pertinente com a cobertura do acidente aéreo que matou o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e as outras seis pessoas a bordo.
 
Um novo vídeo, exibido inicialmente pelo ‘Jornal da Globo’ e depois repercutido por todas as emissoras, desconstrói a maioria dos depoimentos de testemunhas mostradas na TV, desde o dia da tragédia em Santos.
 
Logo após a queda da aeronave, muitos entrevistados afirmaram ter visto uma bola de fogo no céu. Outros sustentaram que uma turbina pegava fogo. Houve ainda quem assegurasse que as chamas eram somente em uma das asas.
 
O vídeo divulgado na noite de terça-feira (19) mostra o jato Citation sem sinal de fogo nem fumaça.
 
Várias supostas testemunhas contaram aos repórteres de TV que o piloto teria feito manobras heroicas para desviar de prédios até escolher o terreno vazio onde o avião caiu.
 
As novas imagens, analisadas e comentadas na televisão por especialistas em investigação de acidentes aéreos, revelam que a aeronave caiu feito um míssil, num ângulo de aproximadamente 45 graus, com aparente perda total de controle de quem estava pilotando.
 
Psicólogos consultados por alguns telejornais disseram que é comum uma testemunha de acidente — ou tragédia semelhante — fantasiar detalhes ao fazer o relato do que viu, ou pensou ter visto.
 
É possível que a emoção e o medo traiam o cérebro e deturpem a verdade. O fato inusitado de estar diante de uma câmera de TV também pode alterar o comportamento do entrevistado, induzindo-o a contar detalhes produzidos por sua imaginação.
 
Mas nada intencionalmente dissimulado como o depoimento do estivador de Santos que contou, em lágrimas, ao vivo na Globo, ter tocado no corpo de Eduardo Campos ao tentar socorrê-lo e até aberto os olhos do candidato.
 
Este pode ser um caso de mitomania, distúrbio de personalidade no qual a pessoa mente compulsivamente, ou então é um mal da era midiática: o desejo incontrolável de aparecer, ficar famoso por alguns segundos, virar manchete na TV.
 
E as emissoras, o que devem fazer em um caso jornalístico como este? Levar ao ar os depoimentos, mesmo com a possibilidade de exibir relatos irreais e até fraudulentos? Ou descartar essas narrações de testemunhas para evitar equívocos?
 
Um dilema que precisa ser melhor discutido.
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