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Congresso derruba vetos de Bolsonaro a leis de fomento ao setor cultural

Veto à Lei Paulo Gustavo aconteceu em abril, e a Lei Aldir Blanc 2, em maio deste ano

06/07/2022 - 06h57

CNN

Sessão do Congresso Nacional (Foto: Marina Ramos)

O Congresso Nacional decidiu, na terça-feira (5), derrubar vetos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), referentes às leis de fomento ao setor cultural conhecidas como Lei Paulo Gustavo e Lei Aldir Blanc 2. O resultado foi amplamente comemorado pela oposição.


Houve longa negociação entre oposição e governo sobre esses vetos para que fossem derrubados. O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO), então apresentou proposta de acordo que envolveu a derrubada dos vetos relativos às duas leis culturais e a manutenção de outros vetos de interesse do governo federal, como o relativo à privatização da Eletrobras.


Ao longo das últimas semanas, artistas e parlamentares de oposição se mobilizaram pela derrubada de ambos os vetos, inclusive dentro do Congresso.


A Lei Paulo Gustavo prevê a liberação de R$ 3,86 bilhões em apoio financeiro da União a estados, ao Distrito Federal e a municípios com o objetivo de ajudar o setor cultural a enfrentar os efeitos da pandemia.

Além disso, a proposta altera a Lei de Responsabilidade Fiscal para não contabilizar na meta de resultado primário as transferências federais aos demais entes federativos por se tratar de um apoio ao setor diante das consequências da pandemia.


O veto total de Bolsonaro à Lei Paulo Gustavo aconteceu em abril. Na justificativa, o chefe do Executivo alegou que o projeto poderia gerar despesas que comprometeriam outros orçamentos.


O projeto de lei recebeu o nome do ator, humorista, diretor, roteirista e apresentador Paulo Gustavo por incentivar a cultura no país. Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros era carioca e morreu em 4 de maio do ano passado, aos 42 anos, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde 13 de março com Covid-19.


Já a Lei Aldir Blanc 2 prevê o repasse anual de R$ 3 bilhões a estados e municípios para o setor cultural até 2027. A lei foi aprovada pelo Senado Federal em 23 de março, por unanimidade dos senadores votantes.


O veto de Bolsonaro também foi total e aconteceu em maio. Na época, justificou que o texto contraria o interesse público e é inconstitucional. Ao seu ver, a lei “possibilitaria que os entes federativos gerissem os recursos do FNC (Fundo Nacional de Cultura) por meio de editais, chamadas públicas, entre outros instrumentos, o que impactaria no pacto federativo e causaria insegurança jurídica”, além de questionar impactos orçamentários.


Esta é a segunda lei de ajuda ao setor cultural que recebeu o nome do compositor e escritor Aldir Blanc. Ele morreu de Covid-19, aos 73 anos, em maio de 2020.


O Congresso promoveu nesta terça uma sessão conjunta de deputados federais e senadores para a análise de uma série de vetos do presidente Bolsonaro a projetos de lei aprovados pelos parlamentares.

O veto acontece quando o mandatário discorda de um ou mais pontos de um projeto de lei no momento de sancioná-lo. O veto pode ser por motivos políticos, jurídicos ou ambos. Pode ainda ser total ou parcial.


Para a rejeição de um veto é preciso a concordância da maioria absoluta de deputados federais e senadores. Portanto, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, que são computados separadamente. Se houver uma quantidade menor de votos pela rejeição em uma das duas Casas, o veto é mantido conforme determinado pelo presidente da República.


Quando um veto é rejeitado, os trechos do texto que haviam sido vetados pelo presidente da República, mas que foram revertidos pelo Congresso, passam a valer.

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