O BC (Banco Central) revisou a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2025 para 2%. No relatório anterior, estava em 2,1%.
A projeção consta no Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira (25).
“A ligeira redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”, diz o relatório.
De acordo com a autoridade monetária, os efeitos da moderação do crescimento econômico e dos reflexos da tarifa no Brasil foram parcialmente compensados pelas previsões mais favoráveis para a agropecuária, influenciada pela safra recorde.
A indústria extrativa — reflexo da elevação na produção de petróleo — também colaborou para minimizar os impactos.
Por outro lado, houve redução nas projeções do crescimento da indústria e estabilidade na estimativa para o setor de serviços.
Veja as projeções de 2025 por setor:
Agropecuária: subiu de 8% para 9%;
Indústria: caiu de 1,9% para 1%;
Serviços: permaneceu em 1,8%.
No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,4%, após alta de 1,3% no trimestre anterior.
2026
Para o ano que vem, projeta-se crescimento econômico de 1,5%. A previsão considera a manutenção da política monetária em campo restritivo, o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025.
Veja as projeções de 2026 por setor:
Agropecuária: 1%;
Indústria: 1,4%;
Serviços: 1,5%.
De acordo com o BC, a forte base de comparação deve limitar o crescimento da agropecuária em 2026. A safra recorde de grãos em 2025 contou com condições climáticas bastante favoráveis, que podem não se repetir em 2026.
Além disso, o relatório também destaca que aumento nos preços relativos de defensivos e fertilizantes tende a reduzir o seu uso no campo, fator que pode gerar impacto negativo sobre a produtividade.
Já na pecuária, projeta-se moderação no abate de bovinos, reflexo da crescente participação de fêmeas nos abates dos últimos anos. O cenário pode reduzir a disponibilidade de animais.
Inflação
O BC projeta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2025 em 4,8%. Se o cenário se confirmar, vai haver descumprimento da meta, que é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,5%.
O relatório estima que a probabilidade de estourar a meta em 2025 é de 71%. Para fazer a inflação convergir para a meta, o BC mantém a Selic, a taxa básica de juros, em um patamar mais elevado.
Já para 2026, a previsão é que a inflação fique em 3,6%. (Com CNN - Brasília)