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'Redução de impostos não pode comprometer os estados', diz Sindifiscal

Entidade prevê que limitação de cobrança de ICMS pode impactar educação

03/08/2022 - 14h34

Campo Grande

Clauber Aguiar, do Sindifiscal (Foto: Divulgação )

Mesmo com uma proposta de redução da carga tributária em torno de 6% nos mais diferentes segmentos, o Sindifiscal-MS (Sindicato dos Fiscais Tributários Estaduais de MS) se preocupa com a redução imposta pela Lei Complementar (LC) 194/22, que limita a cobrança de ICMS pelos Estados. 


Conforme o diretor do Observatório Econômico, Clauber Aguiar, que analisou a questão, a LC deve impactar a médio prazo a educação. “Com essa lei, a estimativa é de uma redução de R$ 200 milhões”, computa o fiscal tributário.


O orçamento para educação em MS para 2022 é de R$ 2,4 bilhões, sendo que R$ 1 bi vem do Tesouro, R$ 46 milhões da cota-parte do salário-educação, R$ 128 milhões de convênios e R$ 1,2 bi do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento de Educação Básica). “ A maior parte dos recursos do Fundeb vem do ICMS, cerca de 78%”, explicou.


Pela legislação, 25% da carga tributária é obrigatoriamente destinada à educação. Conforme os dados do Observatório Econômico, os investimentos do governo estadual vem aumentando gradualmente em torno de 16% nos últimos 10 anos. Com isso, o estado viu sua nota do Ideb, que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, subir de 3,8 para 4,2. MS ocupa a 7ª posição no Ideb no cenário nacional. 


“Não estamos muito distantes de Goiás, que é o primeiro colocado e está com nota 4,7”, explica Clauber Aguiar.


O Ideb foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP para medir a qualidade do aprendizado nacional e aplicar metas de desempenho, podendo variar de 0 a 10. Esse índice, calculado a cada dois anos, é baseado a partir de dados de aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho no SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica).


A meta do Brasil para 2022 era chegar a nota 6,0, que é a média de países do primeiro mundo. Entretanto, o fiscal tributário não acredita que o País alcançará esse patamar. Parte disso, está também no período em que as crianças não puderam ir à escola por conta da pandemia. “A situação se agravou e algumas ações precisarão ser tomadas para recuperar o tempo perdido”, afirma.


Para o diretor, a redução dos impostos precisa estar atrelada à Lei de Responsabilidade Fiscal e as necessidades de cada estado. “O sindicato propõe uma redução de impostos de 6% que envolvem a economia do estado. Para chegarmos a esse percentual foi feito um planejamento de olho na lei de responsabilidade fiscal para não comprometer os recursos necessários para a manutenção da própria máquina”, analisou o especialista.


Na avaliação de Aguiar, a redução forçada por uma legislação que veio de Brasília provoca um impacto imediato sem o planejamento prévio para garantir a manutenção desses recursos a médio prazo.

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