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Troca de comando na Petrobras faz ações da empresa caírem 8,07%

As cotações refletem as incertezas dos analistas sobre o futuro da estatal

15/05/2024 - 10h16

rio de Janeiro 

Com O Globo

Sede da Petrobras, no Rio (Foto: Guito Moreto)

Um dia após o presidente Lula ter demitido Jean Paul Prates do comando da Petrobras, as ações preferenciais da estatal (PETR4) abriram em queda de 8,07%, a R$ 37,67. Já as ações ordinárias (PETR3) iniciaram as negociações em leilão.


O leilão é um dispositivo acionado pela Bolsa quando há uma forte oscilação em uma ação ou há a divulgação de um fato relevante sobre a empresa enquanto o pregão ainda estiver em andamento.


As cotações refletem as incertezas dos analistas sobre o futuro da estatal. A engenheira Magda Chambriard, ex-diretora geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo) durante o governo Dilma Rousseff e funcionária de carreira da Petrobras foi indicada para presidir a estatal.


O Conselho de Administração da Petrobras se reúne às 11h desta quarta-feira para deliberar sobre a escolha de um CEO interino. O processo de sucessão deve demorar cerca de dois meses, para cumprir todos os ritos de governança da estatal.


Até o fechamento de ontem, as ações da Petrobras acumulavam alta de 17,7% no ano na Bolsa de Valores de São Paulo.


O que dizem os analistas


O Jefferies, banco de investimentos americano, cortou a recomendação dos ADRs da Petrobras de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de US$ 21,20 para US$ 17,70, afirmando que a troca no comando da estatal indica uma escalada na intervenção política na empresa.


Malu Gaspar: Demitido por Lula, Prates é o presidente mais breve da Petrobras sob um governo do PT

Já o Goldman Sachs destacou em relatório que a atual governança da estatal impede mudanças significativas por uma nova diretoria, mas afirma que a saída de Prates retoma os ruídos sobre intervenção política.


Para a XP Investimentos, a mudança repentina na gestão traz incerteza. "Os investidores estão particularmente preocupados com conflitos de interesse em temas como distribuição de dividendos, política de preços, planos de investimento, passivos fiscais contingentes e outros. Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco", escreveram os analistas em relatório.


"Não é preciso dizer que isso é negativo, e acreditamos que os investidores começarão novamente a precificar maiores riscos de interferência política na empresa", afirmou o BTG Pactual em relatório. Uma preocupação do mercado, destacou o banco, é que Prates era visto como um "forte defensor" da remuneração aos acionistas, então a postura de Magda em relação a esse assunto será importante para tranquilizar os investidores. O BTG reiterou a sua recomendação de compra para as ações.

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