O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), atribuiu à “ultracapitalização” das facções criminosas — isto é, às suas expressivas capacidades econômicas — a situação do Rio de Janeiro após a megaoperação da Polícia Civil na terça-feira (28).
"Por que que está esse caos lá? Porque as facções criminosas estão ultracapitalizadas, certo? E elas se capitalizam como? Só vendendo droga? Não, é dentro do mercado formal. Foi-se o tempo em que as facções criminosas no Brasil viviam apenas de mercado ilegal", afirmou o ministro durante o Fórum Nacional Brasil Export Infraestrutura 2025.
Segundo Dino, as facções criminosas são, hoje, "grandes operadoras de garimpo, são grandes operadoras no mercado imobiliário, são grandes operadoras no mercado de combustível".
Antes de tomar posse no STF, o magistrado esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública durante o primeiro ano do atual mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dino foi substituído por Ricardo Lewandowski, que permanece no comando da pasta.
Operação mais letal da história do Rio
A operação contra o CV (Comando Vermelho) na terça foi a mais letal da história da capital fluminense. Foram registradas ao menos 64 mortes, sendo 60 de suspeitos e 4 de policiais (dois policiais civis e dois policiais militares do BOPE).
Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que a megaoperação foi planejada com pelo menos 60 dias de antecedência.
"Foi uma operação planejada, que começa com cumprimento de mandado judicial, investigação de um ano e um planejamento de 60 dias, que o Ministério Público participou. Não é uma operação de alguém que acordou e resolveu fazer uma grande operação", afirmou o governador.
O balanço final da ação, divulgado na noite de ontem, resultou na apreensão de 93 fuzis e em 81 prisões. (Com CNN)
