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Em meio a tensões pela guerra da Ucrânia, Brics se reúnem hoje

Esta será a primeira vez que o presidente Vladimir Putin, comparece a evento com líderes das maiores economias emergentes desde o início da guerra

23/06/2022 - 07h50

CNN

Reunião dos Brics em 2019 (Foto: Wikimedia Commons)

Será realizada nesta quinta-feira (23) a 14ª Cúpula dos Brics, bloco que reúne, além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A reunião será feita de forma virtual, presidida pelo governo chinês. Neste ano, o tema do encontro é: “Promover a parceria Brics de alta qualidade e inaugurar uma nova era para o desenvolvimento global”.


O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve participar da cerimônia de abertura da cúpula. Segundo o governo brasileiro, o evento foi divulgado como “uma oportunidade de os países-membros trabalharem para promover o espírito de abertura, inclusão e cooperação ganha-ganha, além de fortalecer a cooperação prática em todos os campos e embarcar em uma nova jornada de parcerias do grupo”.


Esta será a primeira vez em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, comparecerá a um evento com líderes das maiores economias emergentes desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano. É uma oportunidade para Putin mostrar que não é um “pária internacional”, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o tornaria.


Segundo Sushant Singh, membro sênior do Center for Policy Research (CPR) em Nova Delhi, “estamos falando de algumas economias muito importantes cuja liderança está disposta a ser vista com Putin, mesmo que seja apenas em uma plataforma virtual”.


Embora os países possam argumentar que envolver a Rússia é melhor do que deixá-la de fora, a ótica só se torna mais nítida em contraste.


Dias depois da cúpula dos Brics, será a vez da reunião do G7, grupo que reúne os países mais ricos e industrializados do mundo. Entre eles estão Estados Unidos, Japão e Reino Unido.


Ao contrário do G7, espera-se que os Brics ajam com cuidado quanto ao assunto da Ucrânia, provavelmente falando a favor de uma resolução pacífica, mesmo que seus membros possam pedir cuidadosamente aos países ocidentais que examinem o impacto de suas sanções na economia global.


Em discurso em vídeo para participantes do Fórum Empresarial dos Brics, que aconteceu nesta quarta-feira (22), Putin disse que a Rússia está discutindo o aumento da presença de carros chineses no mercado russo, bem como a abertura de cadeias de supermercados indianos.


“Por sua vez, a presença da Rússia nos países do Brics está crescendo. Houve um aumento notável nas exportações de petróleo russo para a China e a Índia”, afirmou Putin.


Também no evento de quarta, o presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que o bloco é uma plataforma importante de cooperação para mercados emergentes e países em desenvolvimento, e que a “cooperação dos Brics entrou em um novo estágio de alta qualidade de desenvolvimento”.


Segundo o governo chinês, é necessário “abranger intercâmbios econômicos, políticos e interpessoais, visando uma cooperação mais ampla e profunda dos Brics, aumentar a confiança política mútua e intensificar a comunicação e coordenação sobre as principais questões internacionais e regionais para enfrentar conjuntamente os desafios comuns enfrentados pela humanidade”.


Ainda segundo comunicado, foi reforçada a necessidade de aprofundar a “cooperação prática em todos os campos”, cumprir plenamente os resultados das cúpulas e diálogo e cooperação com outros mercados emergentes e países em desenvolvimento, assim como organizações internacionais.


Outros temas que devem ser abordados incluem cooperação na área de segurança, ações contra a Covid-19, recuperação econômica, educação, mecanismos anticorrupção e a implementação da Agenda 2030 para desenvolvimento sustentável.

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