A manifestação deste 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu uma verdadeira multidão pedindo apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por suposta tentativa de golpe de Estado.
Num Dia da Independência que caiu no meio do julgamento do ex-presidente no STF (Supremo Tribunal Federal), a presença de manifestantes pedindo sua liberdade foi 12% maior em relação ao último protesto bolsonarista realizado na cidade, no mês passado.
O ato deste domingo superou em muito o público da manifestação convocada pela esquerda, contra a proposta de anistia ao ex-presidente.
Em comparação a outras manifestações bolsonaristas, o protesto de hoje foi o quarto maior dos oito promovidos na Paulista por apoiadores do ex-presidente desde que ele começou a questionar a confiabilidade das urnas e atacar mais o STF, quando era candidato em 2022.
O protesto com maior presença de lá até aqui foi o de fevereiro de 2024, que reuniu cerca de 185 mil pessoas poucas semanas depois de Bolsonaro passar a ser alvo da Polícia Federal, investigado por participar da suposta tentativa de golpe de Estado.
A menor concentração de uma manifestação bolsonarista ali foi em junho deste mês, quando o ex-presidente já estava sendo interrogado pelo tribunal sobre a tentativa de golpe. Na ocasião, os bolsonaristas reunidos na Paulista fora cerca de 12,4 mil pessoas.
Sob o mote de anistia ampla e irrestrita para os réus e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, a manifestação na Avenida Paulista deste domingo foi marcada por discursos críticos ao STF, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, e por cobranças direcionadas ao Congresso Nacional para aprovar o projeto de lei (PL) da anistia.
Em seu discurso mais forte contra o tribunal, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) falou em "tirania" de Moraes e pediu que o ex-presidente, inelegível, possa se candidatar em 2026.
Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) fez um discurso com tom religioso e disse, chorando, que o seus direitos têm sido violados e que o marido está "amordaçado em casa". O pastor Silas Malafaia, responsável por convocar a manifestação, criticou as movimentações para escolha de um candidato para a eleição federal de 2026 que não seja Bolsonaro.