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Política

Ato esvaziado na capital expõe narrativa da suposta ‘trama golpista’ 

Narrativa do golpe não empolga e ato esvaziado vira símbolo da crise do discurso petista

Conjuntura Online
14/12/25 às 21h15
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Manifestantes protestam em Campo Grande contra anistia. (Foto: Magno Lemes/TV Morena)

Apesar da mobilização nacional anunciada, o protesto realizado na manhã deste domingo (14), em Campo Grande, reuniu poucos manifestantes em frente à Praça Ary Coelho, no Centro da Capital.

O ato, que se propunha a defender a democracia e combater a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, acabou marcado pelo baixo engajamento popular e por discursos que a oposição classifica como repetição de uma narrativa política já desgastada.

Com faixas e palavras de ordem, o pequeno grupo percorreu a região central defendendo o arquivamento do chamado PL da Dosimetria, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. Para os organizadores, a proposta representaria um “golpe continuado”.

Para críticos do movimento, no entanto, o argumento reforça a tese de que a suposta trama golpista vem sendo usada como instrumento político pelo governo do presidente Lula (PT), com respaldo de setores do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na avaliação de lideranças da direita e de parlamentares de oposição, a insistência no discurso do golpe atende a um objetivo claro: enfraquecer politicamente o campo conservador, manter o ex-presidente Jair Bolsonaro sob pressão judicial e pavimentar o caminho para o projeto de reeleição do petista em 2026.

O esvaziamento do ato em Campo Grande foi visto por opositores como um sinal de fadiga da narrativa, que já não mobiliza como antes. “A população começa a perceber que há um uso político do Judiciário e da história recente”, avaliam aliados do ex-presidente.

PL no centro da disputa

O projeto aprovado pela Câmara altera a dosimetria das penas para crimes contra o Estado Democrático de Direito, prevendo que o crime de golpe de Estado absorva o de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e flexibilizando regras de progressão de regime.

Segundo cálculos apresentados durante a tramitação, as mudanças podem reduzir de forma significativa o tempo de prisão de condenados, inclusive do próprio Bolsonaro — ponto que inflamou o debate político e alimentou reações do governo e de ministros do STF.

Paralelos com o passado

A oposição traça paralelos entre o atual cenário e o que chama de perseguição política que levou Bolsonaro à prisão, afirmando que a estratégia se repete sob nova roupagem. Para esse grupo, o Judiciário estaria sendo usado como ferramenta de intimidação, enquanto manifestações como a deste domingo tentam legitimar decisões já tomadas nos bastidores do poder.

Senado decide os próximos passos

Agora, o projeto segue para análise daCCJ ( Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, sob relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC). O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizou a intenção de concluir a votação ainda neste ano.

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