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Bolsonaro volta a atacar sistema eleitoral e Judiciário por 'interferências'

Presidente também afirmou que as sugestões das Forças Armadas para o processo não serão 'jogadas no lixo'

19/05/2022 - 16h12

O Dia

Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Palácio do Planalto/Alan Santos)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o Judiciário e a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral em discurso na manhã desta quinta-feira (19), no Rio. Bolsonaro afirmou que passa "mais da metade" de seu tempo "se defendendo" de "interferências indevidas" do STF (Supremo Tribunal Federal) e repetiu que os votos nas eleições de outubro deveriam ser "contados publicamente" e "auditados", pois não se pode "enfrentar" um sistema eleitoral sobre o qual "paire dúvidas".


Bolsonaro afirmou que, no Brasil, "quem diria?", o chefe do Executivo federal seria quem está "brigando pela democracia", enquanto, segundo o presidente, "naturalmente, o que acontece é o chefe do Executivo conspirar para se perpetuar no poder". "Aqui é diferente", afirmou em rápido discurso durante o Congresso Mercado Global de Carbono, organizado pela Petrobras e pelo Banco do Brasil, no Jardim Botânico do Rio.


O presidente ainda insistiu na defesa do "voto auditado". "O voto é a alma da democracia, ele tem que ser contado publicamente e auditado. Não serão duas ou três pessoas que vão bater no peito e dizer ‘eu mando, vai ser assim, e quem agir diferente, vou cassar registro e vou prender’. Isso não é democracia", afirmou.


Bolsonaro citou também a participação das Forças Armadas nas discussões sobre segurança técnica das eleições de outubro, a convite do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "As Forças Armadas, da qual sou chefe supremo, foram convidadas a participar do processo eleitoral. E não vão ser jogadas no lixo as observações, as sugestões das Forças Armadas", afirmou o presidente.


No último dia 9, o TSE tornou públicos sete questionamentos em que as Forças Armadas levantaram suspeitas e os classificou como "opinião". A equipe técnica da Corte reiterou a segurança das urnas eletrônicas e disse que não há "sala escura" de apuração dos votos.


Embora tenha lançado as dúvidas nesta quinta-feira, Bolsonaro disse que quer que sejam respeitados tanto o voto de "quem, porventura, votar no outro lado" quanto o de "quem votar do lado de cá". "Não podemos enfrentar um sistema eleitoral onde paire a sombra da suspeição. Há uma democracia, é o voto contado", afirmou o presidente.


Pandemia


No discurso, Bolsonaro começou os ataques ao Judiciário pela repetição de que decisões do STF teriam impedido o governo federal de agir no combate à pandemia de covid-19. "Vivemos um problema no mundo, e no Brasil não está diferente. Apesar de eu ser o único chefe de Estado do mundo a ter uma visão diferente sobre como deveríamos tratar a pandemia. Lamentavelmente, o STF tirou de mim esse que seria o meu direito. E a economia (sic) do fica em casa, a economia a gente vê depois, as consequências estão aí", afirmou.


"Mais da metade do meu tempo eu passo me defendendo de interferências indevidas do STF, mas estamos fazendo a nossa parte e jogando dentro das quatro linhas. E o Brasil está rodando", afirmou Bolsonaro.

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