A CPI do Transporte Público, instalada na Câmara de Campo Grande, concluiu a segunda fase das investigações com um diagnóstico preocupante: as agências municipais encarregadas de fiscalizar o contrato do transporte coletivo foram omissas em suas atribuições.
A constatação, segundo os vereadores, revela uma falha estrutural de fiscalização que contribuiu para a má qualidade do serviço prestado à população.
Os últimos a depor nessa etapa foram os diretores da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), Luciano Assis Silva e Renato Assis Coutinho — este último com passagens pelo cargo entre 2017 e 2024.
Ambos descreveram rotinas de análise de custos e acompanhamento financeiro, mas os membros da comissão consideraram as ações insuficientes diante dos problemas crônicos do transporte coletivo.
“Ficou evidente que há uma postura de inércia das agências fiscalizadoras. A CPI vai apontar as falhas, propor soluções e entregar um relatório à altura do que a cidade precisa”, afirmou o presidente da comissão, vereador Dr. Lívio. Segundo ele, os próximos passos incluem um balanço dessa fase e a organização das próximas oitivas, com foco total no Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do transporte em Campo Grande.
Para a vereadora Luiza Ribeiro (PT), a escolha por ouvir ex-diretores e técnicos da Agereg e da Agetran foi acertada. “Verificamos o descumprimento das responsabilidades que justificam a existência desses órgãos. Há negligência com o dever de fiscalização do transporte público”, criticou.
Já o vereador Júnior Coringa defendeu que o trabalho da CPI siga com firmeza para encaminhamentos práticos. “Buscamos o máximo de informações possíveis para produzir um relatório consistente, que possa inclusive ser enviado ao Ministério Público e resultar em melhorias reais para o sistema.”
Nesta quarta-feira (4), a CPI realiza reunião interna para organizar o cronograma de oitivas com os representantes do Consórcio Guaicurus, que agora estão no centro da investigação.