O deputado estadual Junior Mochi (MDB) levou à tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (14), uma grave acusação contra a concessionária CCR MSVia, responsável pela BR-163.
Segundo ele, a empresa teria deixado de registrar R$ 638 milhões em arrecadação de pedágios ao longo dos últimos três anos.
A denúncia se baseia em dados publicados na imprensa, com respaldo no balanço oficial da concessionária referente ao primeiro trimestre de 2025.
Para o parlamentar, a diferença nos valores pode indicar a prática de maquiagem contábil e manipulação de dados, o que configuraria crime. Mochi defendeu a suspensão do leilão de repactuação da concessão da BR-163, previsto para o próximo dia 22.
“Não se pode permitir que uma empresa que oculta sua receita participe de um novo processo de concessão. Estamos diante de uma situação gravíssima que exige providências imediatas”, afirmou Mochi, ao pedir o cancelamento do certame.
O parlamentar também formalizou um requerimento encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando que as novas informações sejam incorporadas ao inquérito já em andamento sobre possíveis irregularidades no contrato da BR-163.
O presidente da Casa, deputado Gerson Claro (PP), sugeriu que os municípios cortados pela rodovia realizem auditorias independentes, alertando que a possível subnotificação de receitas impacta diretamente nos repasses do ISS (Imposto Sobre Serviços), prejudicando as finanças locais.
Diante da gravidade das suspeitas, o deputado Pedrossian Neto (PSD) propôs que o presidente da CCR MSVia seja convidado a prestar esclarecimentos à Assembleia. Parlamentares como Mara Caseiro (PSDB), Lidio Lopes (Sem Partido) e Coronel David (PL) também criticaram duramente a postura da empresa, cobrando transparência e responsabilidade na gestão da concessão.
“A falta de clareza nos números coloca em xeque a credibilidade da concessionária. É uma afronta ao contrato e um desrespeito com os usuários da BR-163”, reforçou Mara Caseiro.