O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que os Estados Unidos "pelo menos começam a aceitar que a maior parte da cocaína não sai pelo Caribe", onde as forças americanas realizaram diversos ataques.
A fala do líder veio após duas ofensivas de Washington em menos de 24 horas em águas internacionais do Pacífico contra embarcações que, segundo o país, estariam ligadas ao narcotráfico.
Em uma publicação na rede social X, Petro criticou e descreveu como "assassinatos" as manobras recentes que, segundo o Pentágono, deixaram cinco mortos.
"O Pacífico não é acessível por lanchas. É imenso. É aqui que o governo (Donald) Trump se engana", declarou o presidente em seu post, no qual enfatizou que "a maior parte da cocaína (transportada) pelo Pacífico sai por navios mercantes".
Ele considerou que uma estratégia eficaz envolveria o controle de portos e enseadas.
"O atual governo dos EUA parece estar rejeitando sua própria experiência com a Colômbia e trocando sua estratégia por uma equivocada, que viola a soberania dos países da América Latina e do Caribe", observou o líder colombiano.
Pete Hegseth, o secretário do Departamento de Defesa dos EUA, afirmou em um comunicado que "esses ataques continuarão, dia após dia" e comparou os supostos traficantes de drogas ao grupo terrorista Al-Qaeda.
O governo americano ainda não apresentou evidências concretas que liguem os navios atacados ao tráfico de drogas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou suas críticas a Petro na quarta-feira (22), chamando-o de "bandido" e acusando-o de fabricar "muitas drogas".
Dias antes, o republicano o havia acusado de ser um "líder do narcotráfico" e anunciado o fim da ajuda financeira à Colômbia.
Gustavo Petro rejeitou as acusações e disse na quarta-feira (22) que se defenderia "contra as calúnias" perante os tribunais americanos.
Ele também afirmou que sempre será "contra o genocídio e os assassinatos cometidos pelas autoridades no Caribe". (Com CNN em Espanhol)