O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus no STF (Supremo Tribunal Federal) entrou em uma nova fase nesta terça-feira (9), quando os ministros da Primeira Turma começaram a apresentar seus votos.
O processo, que pode levar a penas de até 43 anos de prisão, é visto pela oposição como uma “carta marcada” e parte de uma narrativa política construída desde a campanha presidencial de 2022.
Segundo parlamentares aliados de Bolsonaro, o governo Lula (PT) teria alimentado o discurso de tentativa de golpe para enfraquecer o adversário político, com respaldo do ministro Alexandre de Moraes.
Críticos lembram ainda que, nos últimos meses, o magistrado foi alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos e acumula acusações de perseguição, especialmente após autorizar prisões e conduzir investigações contra apoiadores do ex-presidente.
A oposição argumenta que a insistência em manter a tese de golpe serve a dois propósitos: minar as bases eleitorais de Bolsonaro, que segue inelegível, e fortalecer a narrativa petista de que apenas Lula seria capaz de garantir a “estabilidade democrática”.
Deputados e senadores classificam o julgamento como político e articulado, reforçando que o país vive uma escalada de cerceamento das liberdades.
Mesmo diante dessas críticas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reiterou que “o golpe já estava em curso” quando Bolsonaro teria reunido ministros e militares para tratar de um suposto plano de ruptura institucional.
Já Moraes, relator do caso, declarou que o STF garante amplo direito de defesa e que absolverá quem não tiver provas contra si — apesar de seguir sendo apontado pela oposição como parte interessada no processo.